O Farense e o Paços de Ferreira empataram hoje 1-1, em jogo da 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, com dois golos marcados na segunda parte da partida.
No último jogo das duas equipas em 2020, o Paços de Ferreira adiantou-se no marcador aos 60 minutos, com um golo de grande penalidade do brasileiro Douglas Tanque, mas o Farense, a jogar em casa, chegou ao empate aos 74, por intermédio do escocês Ryan Gauld.
Com este resultado, o Farense, que vinha de uma derrota com o Sporting, soma agora nove pontos e está no 15.º lugar do campeonato, enquanto o Paços de Ferreira, que somou o terceiro jogo consecutivo sem vencer na prova, é sexto, com 16.
COMENTÁRIO: Hesitação na defesa do Paços deu empate ao Farense
Farense e Paços de Ferreira empataram hoje no Estádio de São Luís, em jogo da 11.ª jornada da I Liga de futebol, em que os forasteiros foram dominadores, mas acabaram por ceder o empate após erro defensivo.
O avançado Douglas Tanque abriu o marcador aos 60 minutos, de grande penalidade, expressando o claro ascendente do Paços na partida, mas Ryan Gauld respondeu com o empate, aos 74 minutos, após passe de calcanhar do recém-entrado Madi Queta, rápido a aproveitar uma hesitação do setor recuado dos ‘castores’.
A equipa de Pepa saiu do Algarve no sexto lugar, com 16 pontos, enquanto o Farense, que somava duas vitórias consecutivas em dois jogos desde o regresso ao seu renovado recinto, ocupa a 15.ª posição, com nove pontos.
Se o técnico pacense colocou em campo o mesmo ‘onze’ do empate com o Boavista (1-1), o técnico do Farense, Sérgio Vieira, que tinha dois jogadores castigados (Rafael Defendi e Hugo Seco), operou quatro mudanças nas escolhas iniciais face à derrota no terreno do Sporting (1-0).
Os pacenses imprimiram a sua habitual dinâmica ofensiva na partida desde os primeiros minutos, retirando a bola ao Farense ao não dar espaço ao criativo Ryan Gauld na fase de criação dos algarvios e atacando a defensiva contrária de forma incisiva.
Luiz Carlos foi o autor do primeiro remate da partida, mas fraco e à figura de Hugo Marques, enquanto Douglas Tanque (10) e Marcelo (25) viram as suas tentativas ser bloqueadas por defesas do Farense.
Com a equipa de Sérgio Vieira ‘apagada’ e sem soluções para desbloquear a pressão forasteira – e com uma baixa por lesão aos 24 minutos, o central Eduardo Mancha -, o Paços continuava ‘dono e senhor’ do jogo, ainda que tenham escasseado lances de verdadeiro perigo.
Aos 31 minutos, o médio Stephen Eustáquio rematou de primeira à entrada da área, mas Hugo Marques defendeu, e aos 37 foi a vez de Luther Singh, em boa posição e com tempo para fazer melhor dentro da área, atirar muito torto.
A melhor oportunidade da primeira parte, já nos descontos (45+2), até acabou por pertencer ao Farense, na sequência de uma bola parada: Amine marcou um livre e Cláudio Falcão antecipou-se ao guarda-redes Jordi, mas cabeceou ligeiramente por cima da barra.
Na segunda parte, o panorama do jogo manteve-se e Sérgio Vieira demorou apenas oito minutos para mexer na equipa, colocando Licá e Stojiljkovic, trocas que não evitaram o golo pacense.
O central Cláudio Falcão cometeu grande penalidade, com uma falta infantil sobre Hélder Ferreira na área, e o dianteiro Douglas Tanque converteu eficazmente com uma bola ao centro da baliza (60).
O treinador do Farense lançou Madi Queta, a sua última ‘cartada’, aos 74 minutos e a substituição teve efeitos práticos em segundos, contra a corrente do jogo.
Acabado de entrar, o extremo aproveitou uma hesitação de Marcelo – que confundiu Fernando Fonseca e Jordi -, antecipou-se na área e, junto à linha de fundo, de calcanhar, assistiu Ryan Gauld para o empate com o pé esquerdo.
Por momentos, o Paços tremeu e, até ao apito final, a melhor oportunidade foi do Farense, novamente de bola parada: após canto da direita, Jordi falhou e Cláudio Falcão, ao segundo poste, cabeceou ao lado (85).
Declarações
Declarações após o jogo Farense-Paços de Ferreira (1-1), da 11.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje no Estádio de São Luís, em Faro:
Sérgio Vieira (treinador do Farense): “A exibição acaba por ser positiva em alguns aspetos, mais uma vez face a algumas circunstâncias que aconteceram na partida. Infelizmente, perdemos cedo um jogador que nos dava uma boa saída com bola no lado esquerdo, o Eduardo Mancha, e isso, mais uma vez, criou instabilidade na equipa.
Face ao desenrolar do jogo, à forma como o Paços se adiantou no marcador, com uma grande penalidade, à nossa reação, ao facto de jogarmos com um ‘onze’ com que nunca tínhamos jogado e toda essa instabilidade, acaba por ser positiva a exibição. O resultado claramente não, porque nós no São Luís queremos sempre mais, o nosso foco é sempre a vitória e os três pontos.
Contra o sexto classificado, uma equipa que ganhou ao FC Porto em casa, que esteve a ganhar ao Benfica quase até ao final, foi à Taça da Liga, que vem de uma estabilidade muito grande na utilização dos seus jogadores, quase sempre com o mesmo ‘onze’, que lhes permite ter um bom rendimento coletivo, perante uma equipa dessas, nós só temos isso a afirmar. Foi uma boa exibição, não foi perfeita, não foi uma grande exibição, mas foi uma boa exibição.”
Pepa (treinador do Paços de Ferreira): “[Um ponto ganho ou dois perdidos?] Foi um ponto ganho porque nós não tínhamos os três, não perdemos nada. Mas eu percebo a pergunta. Eu não gosto muito de dizer que merecíamos ter ganhado, mas que jogámos para ganhar desde o primeiro minuto e fizemos um grande jogo, fizemos.
O que sai daqui é um ponto, mas uma exibição muito bem conseguida da minha equipa, muito boa. Disse aos jogadores, ao intervalo, que estava a ser um regalo vê-los jogar, com as ideias bem definidas, sem medo de jogar num campo muito difícil, onde o Farense tinha dois jogos e duas vitórias, com o Boavista e o Marítimo. Mantivemo-nos fiéis às nossas ideias e ao nosso jogo, a jogar para frente, com qualidade, com uma circulação de bola muito rápida, a jogar por dentro e por fora.
Acabámos por ter dificuldades no jogo direto do Farense. Isto não é nenhuma crítica, é uma forma de jogar e de chegar lá, com muita gente e muitas segundas bolas. E esses últimos 10/15 minutos criaram-nos muitas dificuldades. Muitas vezes o que fica são os últimos 10 minutos, mas tenho de olhar para o jogo todo e o Paços foi superior. Até podíamos ter perdido, como podíamos ter resolvido o jogo mais cedo, mas o futebol é isto mesmo. Saio satisfeito, porque não abdicámos daquilo que trabalhamos.
Saída do Oleg? Não sei de nada. O que interessa é estar com a cabeça limpa. É um miúdo com muita maturidade e, em relação a esse tipo de situações, tudo o que seja valorizar jogadores é uma satisfação enorme, independentemente do que possa vir a acontecer.”
Ficha técnica
Jogo no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Paços de Ferreira, 1-1
Ao intervalo: 0-0
Marcadores:
0-1, Douglas Tanque, 60 minutos (grande penalidade).
1-1, Ryan Gauld, 74.
Equipas:
– Farense: Hugo Marques, Alex Pinto, Cláudio Falcão, Eduardo Mancha (Bura, 24), Fábio Nunes, Amine, Fabrício Isidoro, Ryan Gauld, Bilel (Licá, 52), Mansilla (Madi Queta, 74) e Patrick (Stojiljkovic, 52).
(Suplentes: Ricardo Velho, Filipe Melo, Stojiljkovic, Madi Queta, Bura, Bandarra, Ricardo Ferreira, Abner e Licá).
Treinador: Sérgio Vieira.
– Paços de Ferreira: Jordi, Fernando Fonseca, Marcelo, Maracás, Oleg, Stephen Eustáquio, Luiz Carlos (Diaby, 69), Bruno Costa (João Pedro, 86), Hélder Ferreira (Adriano Castanheira, 76), Luther Singh (Uilton, 76) e Douglas Tanque.
(Suplentes: Michael, Marco Baixinho, Uilton, Matchoi, Adriano Castanheira, Lucas Silva, Diaby, João Pedro e João Amaral).
Treinador: Pepa.
Árbitro: Luís Godinho (Évora).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Marcelo (45+1), Cláudio Falcão (54), Stephen Eustáquio (66), Ryan Gauld (68), Diaby (81), Amine (87), Maracás (90), Douglas Tanque (90+3) e Uilton (90+4).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.