A corrida do Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, que se disputou domingo, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), contou com 35 ultrapassagens ao longo das 66 voltas.
Em boa verdade, para a estatística oficial da modalidade, as ultrapassagens feitas na primeira volta de cada corrida não são contabilizadas, assim como também não se contam os ganhos de posição conseguidos com a paragem de alguns adversários nas boxes.
Slém disso, para uma manobra em que um piloto conquista a posição do piloto que segue à sua frente seja considerada ultrapassagem, deve ser feita em pista e mantida até cruzar a linha de meta no final dessa volta. Ou seja, se um piloto ultrapassar outro que devolve, poucas curvas à frente, a manobra, nenhuma delas conta para as estatísticas como ultrapassagem.
Esta metodologia é utilizada como forma de poder manter uma comparação ao longo dos 71 anos da modalidade, pois nos registos das corridas mais antigas apenas é possível saber a posição de cada piloto no final de cada volta.
Assim, analisando o gráfico da volta-a-volta da corrida lusa, contabilizam-se 35 manobras de ultrapassagem, incluindo as duas do britânico Lewis Hamilton (Mercedes), que lhe valeram a vitória, ao holandês Max Verstappen (Red Bull) na nona volta e ao finlandês Valtteri Bottas (Mercedes), na 20.ª volta.
Consultando os arquivos, a corrida com maior número de ultrapassagens na história da modalidade (numa corrida a seco) foi o GP da China de 2016, com 161 manobras bem-sucedidas, numa prova que terminou com a vitória do alemão Nico Rosberg (Mercedes), que acabaria campeão no final da temporada. Foi uma das poucas corridas em que não se registou qualquer desistência, tendo concluído os 22 carros que começaram à partida.
A segunda prova com mais ultrapassagens foi o GP da Turquia de 2011 (ano de introdução do DRS, criado para aumentar estas manobras), com 79 ultrapassagens.
À chuva, foi no GP do Brasil de 2012 que se registou o maior número de ultrapassagens de sempre (147), numa prova que coroou o alemão Sebastian Vettel (Red Bull) como campeão.
Já o GP de Itália de 1965 foi a prova em que houve mais ultrapassagens para a liderança (41). Em Portugal foram três, todas de Hamilton (para além de Verstappen e Bottas, ainda ultrapassou o mexicano Sérgio Perez, da Red Bull, depois de ter ido às boxes).
Em sentido contrário, há três corridas que dividem o primeiro lugar entre provas com menos ultrapassagens da história. O GP do Mónaco de 2003, o GP dos EUA de 2005 (prova em que Tiago Monteiro entrou para história como o primeiro português a subir ao pódio na F1, em Indianápolis) e o GP da Europa de 2009, em Valência, todas sem qualquer ultrapassagem, do princípio ao fim.