A realização do Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 pelo segundo ano consecutivo deveria ter um teste com lotação limitada de espetadores em Portimão, considerou hoje o presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP).
“Não teremos público este ano devido ao que se passou no ano passado. É uma pena. Devia haver uma oportunidade de experiência de 20 ou 30% da capacidade do circuito com adeptos. Ao não autorizarem a reabertura dos estádios de futebol, se calhar as autoridades não quiseram abrir uma exceção”, vincou Carlos Barbosa à agência Lusa.
A terceira etapa do Mundial de Fórmula 1 de 2021 decorrerá entre sexta-feira e domingo, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, seis meses depois de um teste com quase 27.500 espetadores na corrida portuguesa da edição de 2020.
O incumprimento do distanciamento social nas bancadas e os aglomerados gerados nos acessos ao recinto de 23 a 25 de outubro de 2020 levaram o Governo a travar alguns ensaios gerais com vista ao regresso gradual de público aos eventos desportivos.
As duas passagens do Mundial de MotoGP por Portugal, em novembro de 2020 e há duas semanas, decorreram com bancadas vazias devido à pandemia de covid-19, panorama que não fez desvanecer o AIA da lista de circuitos de recurso na Fórmula 1.
“Não há muitos circuitos no mundo inteiro que tenham as capacidades para poderem ser alternativas. Portimão é um deles. Quando regressarmos à normalidade, infelizmente Portugal não vai poder continuar no calendário, porque não tem dinheiro para pagar ao dono da Fórmula 1. Até ver, vamos tirando partido dos problemas que há com a covid-19 em vários países para fazermos o nosso Grande Prémio”, reconheceu Carlos Barbosa.
O líder do ACP espera que “tudo corra lindamente” entre a Federação Internacional do Automóvel (FIA) e o AIA, que beneficiou do adiamento da etapa na Austrália e da anulação da corrida na China para voltar a acolher a elite do automobilismo mundial.
“Penso que acontecerá mais uma vitória da Mercedes pelas razões do costume: tem o melhor carro e piloto e o circuito de Portimão é muito bom para si”, projetou, em alusão à escuderia germânica, que soma sete títulos seguidos de construtores e chega ao Algarve na liderança desse campeonato, com 60 pontos, mais sete do que a austríaca Red Bull.
Já a tabela de pilotos é liderada pelo britânico Lewis Hamilton (Mercedes), detentor de sete cetros e vencedor da etapa no Bahrain, com 44 pontos, um acima do holandês Max Verstappen (Red Bull), que triunfou no Grande Prémio de Emilia Romagna, em Itália.
“Se vão existir surpresas? Penso que não e por uma razão muito simples: nesta altura, e de acordo com as regras da FIA, todas as marcas têm os carros congelados. Os monolugares são praticamente iguais aos do ano passado, com duas ou três mudanças muito pouco significativas. Vamos ter alterações grandes e boas para 2022”, afiançou.