Os advogados da estrela de basquete da WNBA Brittney Griner, que se encontra presa na Rússia desde fevereiro por posse de droga, mostraram esta sexta-feira num tribunal de Moscovo a receita de um médico nos Estados Unidos recomendando que a jogadora use ‘cannabis’ medicinal para tratar dores crónicas.
O julgamento de Brittney Griner foi retomado esta sexta-feira na Rússia, na sequência da audiência sem veredito que decorreu esta quinta-feira, e uma semana após a jogadora norte-americana se ter declarado culpada perante o tribunal por transportar na bagagem latas contendo óleo de cannabis ao chegar ao aeroporto de Moscovo em fevereiro.
Medalhista de ouro por duas vezes nos Jogos Olímpicos, a jogadora norte-americana foi presa no aeroporto de Moscovo a 17 de fevereiro, uma semana antes de a Rússia invadir a Ucrânia, enfrentando agora o seu processo entre uma escalada de tensões entre a Rússia e os Estados Unidos.
Os advogados de Brittney Griner também alegaram que a jogadora norte-americana levou as latas de cannabis para a Rússia por engano, uma vez que tinha feito a mala à pressa, para jogar com a equipa de basquete UMMC Ekaterinburg durante a o campeonato da WNBA fora de época.
Segundo as leis da Rússia, admitir a culpa não encerra automaticamente um julgamento. No entanto, com esse apelo, a jogadora conseguiu que desde então as sessões em tribunal se concentrassem em testemunhos do seu bom caráter e proeza atlética. A próxima audiência sobre o caso de Griner foi marcada para 26 de julho.
BIDEN PROMETE DAR TODO O APOIO À LIBERTAÇÃO DA NORTE-AMERICANA
A jogadora norte-americana continua sob acusação de contrabandando de narcóticos, proibidos segundo as leis russas, cujas penas de prisão que podem ir até 10 anos. Os seus advogados esforçaram-se por demonstrar esta sexta-feira que a cannabis que transportava ao desembarcar na Rússia era ‘medicinal’, o que é permitido nos Estados Unidos.
“O médico assistente deu a Brittney recomendações para o uso de cannabis medicinal”, avançou a advogada da jogadora, Maria Blagovolina, explicitando que “a permissão foi emitida em nome do Departamento de Saúde do Arizona”. Os advogados também apresentaram esta sexta-feira comprovativos de testes ‘antidoping’ feitos à jogadora, nos quais não foram detetadas substâncias ilícitas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o secretário de Estado, Antony Blinken, avançaram que estão fazer todo o possível para conseguir a libertação de Brittney Griner, o que se estende a vários outros norte-americanos que se encontram presos na Rússia, incluindo o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, que cumpre pena de 16 anos por espionagem.
Brittney Griner exprimiu receio de nunca mais ser libertada. Numa carta recente enviada ao presidente Joe Biden apelou: “Por favor, não se esqueça de mim”. O seu caso atraiu apoiantes em todo o mundo.
Segundo o “Washington Post”, apesar da crescente pressão para que os EUA façam um acordo com a Rússia para libertar Brittney Griner, o que poderá suceder através da troca de prisioneiros, as autoridades russas minimizaram a possibilidade de uma resolução iminente e insistiram que nenhuma negociação poderia ocorrer até que os procedimentos legais fossem concluídos.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL