Um banquete de época, um baile de máscaras e um espetáculo final de música, dança e fogo-de-artifício são atividades centrais do festival histórico Vila Real de Santo António Setecentista, que se realiza entre sexta-feira e domingo na cidade algarvia.
A iniciativa tem como objetivo criar um evento ‘âncora’ regular que dinamize a cidade através do património cultural e histórico associado ao período da sua fundação, por determinação do Marquês de Pombal, durante o reinado de D. José I, no século XVIII, disse à Lusa a vereadora da cultura, Conceição Pires.
O evento, que se realiza por ocasião das comemorações do dia da cidade, no sábado, assinalando a data da fundação da vila pombalina, há 247 anos (em 1776), conta com animação cénica e musical em vários pontos do centro histórico e inclui também dois desfiles de época, no sábado e no domingo.
“Esse é o nosso objetivo, expandir, tornar o evento muito substancial, envolver as comunidades, a local e os visitantes, para que futuramente este evento passe a constituir um evento de referência associado à cidade de Vila Real de Santo António e a todo o concelho”, afirmou a vereadora da Cultura.
Salientando o “aspeto histórico e o rigor” da iniciativa, o município do distrito de Faro pretende que, “através destas comemorações, se consolide uma viagem na história à génese da própria cidade de Vila Real de Santo António” e a “toda uma mundividência do século XVIII”.
Artesanato, dramatizações de quadros históricos e construções cénicas associadas também à época setecentista e “alusivos ao trabalho e à governação do Marquês de Pombal” vão também integrar o programa das festividades, que contarão com espaços e palcos em vários pontos do centro histórico, assinalou.
“Vamos ter concertos barrocos de excelência, muito bonitos, com pompa e circunstância”, disse a vereadora, frisando que os “trajes estão todos minuciosamente adaptados à época” e poderão ser alugados durante o evento.
Conceição Pires considerou que os cortejos vão constituir-se como elementos “bastante marcantes” do festival, porque vão incluir grupos de animação e contar com a participação de associações locais, além de serem acompanhados por música de época” do século XVIII.
A finalizar o evento vai estar um espetáculo surpresa com música, dança e fogo-de-artifício, que vai fazer o encerramento “em apoteose” e “fechar com chave de ouro” o festival, considerou a responsável.
Questionada sobre o impacto financeiro da organização de um evento deste tipo num município que está sob assistência financeira e é um dos mais endividados do país, a vereadora assegurou que tudo foi feito e planeado de forma a não prejudicar ainda mais as contas municipais.
“È um investimento naturalmente significativo, mas que foi já objeto de uma análise rigorosa, tendo em conta todo o nosso contexto de crise financeira”, afirmou Conceição Pires, sem precisar o valor gasto pelo município na organização do festival.
A vereadora da Cultura adiantou, no entanto, que a autarquia está a analisar a possibilidade de parte do valor da taxa turística cobrada pela hotelaria no concelho reverter para financiar estas atividades.
Conceição Pires considerou que a “questão financeira é muito importante”, mas salientou que o festival representa também “uma mais-valia” na atração de visitantes ao concelho e na dinamização da hotelaria e de um comércio local que está “entusiasmado” com a criação de um evento a replicar no futuro.