A Universidade do Algarve passa a dispor de uma nova embarcação com capacidade para 20 pessoas. O que permitirá um ensino com aulas mais práticas e em contexto real aos estudantes dos cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento ligados às áreas do mar.
A inauguração da embarcação “MARUALG” decorreu esta segunda-feira, no Centro Náutico 818, em Vila Real de Santo António.
A construção da embarcação, a cargo da NAUTIBER – Estaleiros Navais do Guadiana Lda, teve um custo total de cerca de 120 mil euros. Foi financiada a 100% pelo Programa de Recuperação e Resiliência – PRR 2021/2026, através do projeto FOSTEAM@SOUTH”.
“A Universidade do Algarve tem uma candidatura ao PRR que é só sua. Mas esta iniciativa surge no âmbito de uma outra candidatura, que é liderada pela Universidade da Madeira. Esta visa o sucesso académico e melhorar os processos de ensino e de aprendizagem na área do Mar. Há uma parceria com as universidades do Campus Sul (Universidade de Évora e Universidade da Madeira)”, explicou Paulo Águas, reitor da UAlg.
O reitor destaca ainda que “é um equipamento de ensino que, simultaneamente, também será um equipamento de investigação, porque não se faz ensino sem investigação”.
Reitor manifesta contentamento por esta embarcação ter sido construída no Algarve
Paulo Águas manifesta ainda o seu contentamento pelo facto de esta embarcação ter sido construída no Algarve. “Estamos muito contentes por ter sido contruída aqui na região”, refere o reitor.
Para Alexandra Teodósio, vice-reitora da UAlg, “o que motivou esta candidatura foi o facto de nós sermos uma universidade com muitos cursos e projetos de investigação ligados ao mar. O acesso ainda não é muito facilitado. Assim, com esta embarcação, passaremos a ter ligação a uma rede de estações marinhas e a uma diversidade de ecossistemas aquáticos existentes a sul de Portugal”.
Para a docente e também investigadora, “através de uma embarcação com capacidade para cerca de 20 pessoas, que permitirá transportar uma turma de estudantes, tornar-se-á possível a realização de experiências in situ e, simultaneamente, a criação de uma rede de monitorização das condições oceanográficas da costa algarvia”.
Embarcação assume especial relevância porque permitirá um acesso direto a diferentes ecossistemas
Na sua opinião, “a embarcação MARUALG assume especial relevância porque permitirá um acesso direto a diferentes ecossistemas, desde estuarinos, a costeiros mais expostos. Assim, torna-se numa mais-valia para várias disciplinas ligadas à oceanografia, à ecologia marinha e à área da biodiversidade”.
Rui Roque, sócio-gerente da Nautiber, responsável pela construção da embarcação, explica que o que esteve na base da sua conceção, incluindo as dimensões, foi a realização de trabalhos de investigação nos canais secundários da Ria Formosa, que é uma das áreas onde se pretende navegar.”
Com dois motores de 115 cavalos, potência para sair para o mar e para trabalhar em mar aberto, para o engenheiro naval a grande virtude desta embarcação é ter sido construída de acordo com o propósito da UAlg. Em suma, “permite transportar 20 estudantes ou investigadores, é muito prática, com pouca manutenção, e foi desenhada de acordo com aquilo que a universidade pretendia”, concluiu.