O escritor Nuno Matos Valente venceu o Prémio Nacional Literário João de Deus, com o romance para jovens “O segredo da Lagoa Escura”, revelou esta terça-feira a Câmara de Silves.
Nuno Matos Vicente venceu, por unanimidade, a segunda edição deste prémio, no valor de 10.000 euros, com “um texto vivo, coerente e desafiador”, sustenta o júri, que lhe elogiou ainda o trabalho de pesquisa e de recolha de informação em várias fontes bibliográficas.
Este livro de ficção recupera a história de uma expedição científica ocorrida em finais do século XIX à Serra da Estrela e assenta na lenda de uma hipotética ligação da Lagoa Escura, naquela serra, com a costa ocidental portuguesa.
“A qualidade literária do discurso mantém-se ao longo da narrativa, desafiando-nos e alimentando a pergunta – ‘E se fosse verdade?’. Em suma, a originalidade do tema e a qualidade literária do texto justificam a escolha desta obra”, lê-se na nota de imprensa.
Do júri, que avaliou 104 obras a concurso, fizeram parte as escritoras Luísa Ducla Soares e Ana Maria Magalhães e o investigador Rui Marques Veloso.
Nuno Matos Vicente tem vários livros publicados, direcionados para crianças e jovens, é autor de manuais escolares e foi ainda fundador da editora independente Escafandro, de Alcobaça.
Da obra publicada fazem parte, por exemplo, a coleção juvenil “A ordem do poço” e o livro “Bestiário Tradicional Português – As Criaturas Fantásticas do Imaginário Popular”.
Em 2019 recebeu uma bolsa de criação literária da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, da qual resultou “O Segredo da Lagoa Escura”, editado em 2022 pela Bertrand Editora.
Nuno Matos Vicente receberá o prémio a 08 de março em São Bartolomeu de Messines (Silves), localidade onde nasceu o pedagogo João de Deus.
O Prémio Nacional Literário João de Deus é bienal e pretende distinguir obras da literatura portuguesa em várias categorias.
A iniciativa é promovida pelo Município de Silves e pela Caixa de Crédito Agrícola Mútuo “Terras do Arade”
Na primeira edição, em 2021, dedicada à poesia, o prémio foi atribuído a “Frentes de Fogo”, de A.M. Pires Cabral.
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