Mais uma vez, os Claustros do Convento do Carmo, em Tavira, receberam a ‘Mostra de Cinema ao Ar Livre’. A 23ª edição da iniciativa, organizada pelo Cineclube de Tavira, decorreu de 13 a 23 de julho e de 3 a 13 de agosto.
Este ano, os 22 filmes escolhidos para animar as noites de verão, atraíram cerca de 3.000 (três mil) espetadores, nacionais e estrangeiros. Quer quem vive no Algarve, quer quem estava de férias na região não resistiu à tentação de ver cinema sob a luz das estrelas. Segundo a programadora da Mostra, Candela Varas, “o evento foi, mais uma vez, um verdadeiro sucesso”.
“A Mostra correu extremamente bem, tivemos mais espectadores do que nos últimos anos. Ou seja, conseguimos recuperar os números que tínhamos antes da pandemia. Também notámos um acréscimo do público jovem, o que nos deixa muito contentes. O interesse da juventude pela Mostra foi notório até na idade média dos voluntários, que se juntaram a nós para ajudar na organização”, conta a responsável pela programação.
No que respeita às noites com maior afluência de público, o destaque vai para os filmes ‘As Bestas’, que abriu a Mostra, ‘Ennio, o Maestro’, ‘Triângulo da Tristeza’, ‘Cesária Évora’ e ‘Aftersun’.
Outra das noites mais fortes, que atraiu mais gente ao Convento do Carmo, foi a da apresentação de um clássico do cinema nacional. Este ano, o Cineclube de Tavira apostou na criação, com a estreia de uma peça de Cinema Expandido, a partir do filme ‘Os Verdes Anos’, de Paulo Rocha. Com textos e performance de Bruno Humberto e Candela Varas e música da cravista Joana Bagulho, a iniciativa teve o apoio do programa cultural ‘Viva a Primavera’ (promovido pelo Município de Tavira) e da Direção Regional de Cultura do Algarve.
De referir também o vasto público que se juntou para a projeção da obra de Cláudia Varejão, ‘Lobo e Cão’. Nessa noite estava prevista a presença da realizadora para apresentar pessoalmente o seu filme, mas um imprevisto impediu-a de se deslocar a Tavira. No entanto, Cláudia Varejão fez questão de enviar a todos uma mensagem, a elogiar a programação da Mostra e a realçar “o importante papel do Cineclube de Tavira na descentralização do cinema.”
“Todas as noites foram especiais e julgo que acabámos da melhor forma, com o documentário sobre a vida de Ennio Morricone. Tivemos lotação esgotada, não havia nem uma cadeira livre! As pessoas estavam felizes e muitas delas fizeram questão de nos dar os parabéns. Esse carinho e reconhecimento por parte do público deixou-nos amplamente motivados para preparar a próxima edição”, diz Candela Varas.
No final de cada sessão, os espetadores puderam ainda classificar, de acordo com a sua preferência e numa escala de 1 a 5, os filmes visionados. Tendo em conta o voto do público, o cinema produzido na Península Ibérica merece nota máxima.
A longa-metragem de animação ‘Nayola’, do cineasta português José Miguel Ribeiro, e ‘20.000 Espécies de Abelhas’, da realizadora basca Estibaliz Urresola Solaguren, foram os filmes com a pontuação mais elevada, a par dos dois documentários que integraram a programação.
Para a edição de 2024, o Cineclube de Tavira promete manter a qualidade dos filmes e apostar ainda mais na presença de convidados especiais, sobretudo de realizadores e atores, que possam falar dos filmes na primeira pessoa e debater temas interessantes com o público.
Outra das apostas será assegurar o dinamismo do Bar da Mostra, que este ano se revelou peça fundamental na animação das noites de cinema, sempre com menus especialmente concebidos para determinados dias, proporcionando uma viagem pela gastronomia de várias partes do Mundo.
A 23ª Mostra de Cinema ao Ar Livre contou com o apoio da Câmara Municipal de Tavira, da Direção Regional de Cultura do Algarve e de várias empresas privadas.
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