Claus Oldenburg começou a sua carreira em 1950 com performances que incorporavam objetos banais como placas de rua ou até pedaços de doces. Em 1961, abriu uma loja no East Village, em Nova Iorque, para vender reproduções em gesso de objetos do quotidiano, como sapatos ou hambúrgueres cobertos de tinta.
A sua primeira obra de grandes dimensões foi “Batom (Ascendente) em Trilhos de Caterpillar”, um tubo gigante de batom fabricado em vinil e montado em rodas de trator, com óbvias conotações fálicas e militares e que, como explica a revista “Veja”, foi colocado no campus da Universidade norte-americana de Yale em 1969, no momento em que os protestos da Guerra do Vietname e o movimento estudantil agitavam as faculdades em todo o país.
Uma das instalações mais famosas de Oldenberg foi erguida em 1976, durante o bicentenário da Declaração da Independência dos Estados Unidos, intitulada “Clothespin” é uma escultura de aço preto com dez toneladas.
Fortemente influenciado pelo francês Jean Dubuffet, que trouxe a chamada arte outsider para dentro das galerias e dos museus, Claus Oldenburg também se inspirou em Marcel Duchamp e nas esculturas feitas de objetos banais como uma roda de bicicleta. Uma das suas esculturas pode ser visitada nos jardins da fundação de Serralves, no Porto. Chama-se “Colher de jardineiro”, feita em conjunto com a sua segunda mulher, Coosje van Bruggen.
A inspiração para as suas peças nasce de um novo olhar sobre os mais banais objetos do (nosso) quotidiano – de fósforos a gelados, passando por alfinetes, carimbos, hambúrgueres, talheres… –, adulterando a sua escala para os colocar, posteriormente, em locais inusitados, surpreendendo o observador.
“Graduando os objetos de uso doméstico por meio de escala, imaginaremos e construiremos, através do desenho e da ilusão, múltiplas relações do corpo com os objetos que nos rodeiam e de ambos com a Arte.”
Oldenburg nasceu em Estocolmo em 1929, filho de um diplomata que ao longo da carreira passou por Londres, Berlim, Oslo e Nova Iorque, antes de ter sido nomeado cônsul geral sueco em Chicago. Claes cresceu na “cidade dos ventos”, estudou Literatura e História da Arte na Universidade de Yale entre 1946 e 1950, e frequentou o Art Institute of Chicago.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL