Durante esta semana, no stand do Município de Loulé e no “Espaço Algarve”, através de momentos de apresentação, o público que passar por este certame ficará a conhecer alguns detalhes sobre o que se perspetiva para aquele que é um dos momentos altos da animação de verão no Algarve.
90 horas de música, 66 concertos, 400 músicos, 18 nacionalidades, 12 palcos, 100 expositores de artesanato, 4 exposições de arte espalhadas pelo recinto e 8 grupos de animação de rua que diariamente irão percorrer as ruas e ruelas do festival são alguns dos números para este ano.
Neste momento a Autarquia “levanta o véu” e anunciou hoje os primeiros 17 nomes que sobem ao palco nos 5 dias com o melhor das músicas do mundo. São eles: Amadou&Mariam (Mali), Amaro Freitas (Brasil), AYWA (Marrocos/França), BandaAdriatica (Itália), Bandua (Portugal), Bateu Matou (Portugal), Bia Ferreira (Brasil), Bulimundo (Cabo Verde), Club Makumba (Portugal), Horace Andy (Jamaica), Lavoisier (Portugal), Omar Souleyman (Síria), Onipa (Gana/UK), Sara Correia (Portugal), Sarah McCoy (EUA), Sétima Legião (Portugal) e Pedro Mafama (Portugal).
Um dos destaques vai para o regresso do jamaicano Horace Andy, uma verdadeira instituição no que toca ao reggae. O artista já esteve em Loulé em 2009 e, para este concerto, prevê-se mais uma onda de “boas vibrações”.
Quem também volta a pisar o palco do MED é Amadou & Mariam, vindos diretamente do Mali. Esta dupla musical, que esteve neste festival algarvio em 2008, alcançou o seu sucesso global combinando as influências da África Ocidental com R&B e é um dos mais acarinhados projetos na área das músicas do mundo.
Na música portuguesa, o MED conta este ano com um dos três concertos que irão assinalar os 40 anos de carreira dos Sétima Legião; além de Lisboa e Porto, a banda vem a Loulé para um espetáculo comemorativo.
A brasileira Bia Ferreira protagonizou, em maio de 2022, no Cineteatro Louletano, o “aquecimento” para o MED, e agora, esta voz da luta pelos direitos LGBTQl+, contra o racismo e a xenofobia, integra o cartaz deste ano. Espera-se que este concerto seja um espaço de esclarecimento e, ao mesmo tempo, de provocação, em defesa das causas em que acredita.
A par da Música, o Cinema, Poesia, Teatro, Animação de Rua, Artes Plásticas, Conferência temática e Gastronomia voltam a fazer parte do programa deste ano. Também a aposta na sustentabilidade ambiental, na promoção da igualdade de género e na união dos povos continuam a merecer uma atenção especial por parte da organização.
Desde 2004, o Festival MED tem dado um importante contributo para a projeção turística da região algarvia, valorização cultural e dinamização da economia local.
Evento aplaudido pelo público e reconhecido pela crítica, o Festival MED está, uma vez mais, nomeado para os Iberian Festival Awards, nas seguintes categorias: Melhor Festival de Média Dimensão, Melhor Festival Lusófono e Hispânico, Melhor Promoção Turística, Melhor Atuação Internacional com o concerto dos colombianos Guetto Kumbé, Contributo para a Sustentabilidade, Contributo para a Igualdade e Melhor Foto/David Pereira.
O MED já contou com 50 nomeações desde o início destes galardões e foi distinguido como Melhor Festival de Média Dimensão da Península Ibérica, em 2017 e 2018; Melhor Promoção Turística (Portugal), em 2018 e 2020; Contributo para a Sustentabilidade na Península Ibérica, em 2019; Melhor Festival Lusófono e Hispânico da Península Ibérica, em 2020.
Ao longo destas 18 edições, já passaram pelo Festival mais de 600 bandas, em representação de mais de 50 países. Durante o momento de apresentação à Comunicação Social e entidades, que teve lugar esta sexta-feira, o vereador do Município de Loulé e diretor do Festival MED, Carlos Carmo sublinhou o facto de “este ser um festival de músicas do mundo, que tenta abraçar todo o planeta” mas que “não se cinge só a este aspeto cultural”.
O responsável abordou algumas das matérias ambientais que têm sido implementadas ao longo dos anos neste evento, com destaque para o desafio lançado em 2022 aos designers do Loulé Design Lab no sentido de reaproveitarem “os resíduos que normalmente são deitados fora” para mobiliário que esteve em vários espaços do recinto, por exemplo puffs feitos de lonas ou mesas criadas a partir de garrafas de plástico.
Este responsável sublinhou ainda o impacto turístico que o MED tem: mais de 40% dos visitantes são turistas e 39% deles escolhe vir para o Algarve e para Loulé por causa do Festival MED. “Além da música, o que mais motiva o visitante é a experiência que o MED oferece”, disse ainda Carlos Carmo.
A Antena 1, Antena 2 e Antena 3 voltam a ser media partners radio e em breve serão anunciados outros parceiros.
Pedro Mafama, um dos artistas que faz parte do cartaz musical do MED’23, associou-se a esta apresentação na FIL e deixou algumas palavras aos presentes: “Estou muito entusiasmado por tocar no MED, vai ser a primeira vez. A cidade é linda! Vou trazer o meu próximo projeto, ‘Estava no abismo mas dei um passo em frente’. Encontramo-nos lá!”.
Todas as informações em: https://www.facebook.com/festivalmedloule
OS PRIMEIROS NOMES CONFIRMADOS
Amadou & Mariam | Mali
Esta dupla musical alcançou o seu sucesso global combinando as influências da África Ocidental com R&B. Amadou e Mariam lentamente construíram uma forte legião de seguidores, primeiro na África Ocidental e depois entre a comunidade maliana em França. Em 1998 a dupla lançou “Sou ni tilé” (“Noite e Dia”), o seu primeiro álbum para uma grande editora, que continha o single de sucesso, “Mon amour, ma chérie”. A globalização da música da dupla aconteceu com a parceria com o francês Manu Chao. Ele não só produziu “Dimanche à Bamako” (2005), mas também coescreveu e cantou algumas das canções, acrescentando o seu estilo rítmico à empolgante mistura de R&B africano da dupla. O resultado foi um sucesso que atraiu tanto os fãs de pop quanto os seguidores da música africana. Álbuns subsequentes “Welcome to Mali” (2008) e “Folila” (2012) contaram com uma produção luxuosa e uma série de colaboradores internacionais, incluindo o rapper nascido na Somália K’Naan e integrantes da banda de rock americana TV on the Radio.
Link Artista: https://www.facebook.com/amadoumariam
Link Press: https://www.popmatters.com/amadou-mariam-folila-atr10
Amaro Freitas | Brasil
De uma periferia do Recife à promessa de ícone internacional do jazz, o pianista foi colecionando conquistas, elogios e uma aclamação crítica desde o seu álbum de estreia. Nascido em 1991, iniciou a sua trajetória aos 12 anos de idade nos cultos de igreja, mas rapidamente a sua inventividade o fez sonhar com novos voos. Já com o baixista Jean Elton e o baterista Hugo Medeiros, parceiros de trio até hoje, lança em 2016 o álbum “Sangue Negro”. Dois anos depois, no ano de 2018, assina contrato com a Far Out Recordings, editora londrina com quem edita o segundo álbum, “Rasif”, que é destacado por diversas publicações internacionais, da Downbeat à All About Jazz ou à Jazz Magazine. Atua em alguns dos principais festivais e clubes internacionais de jazz, além de participar no projeto autoral do cantor Lenine. Em 2019, Amaro participa na Montreux Jazz Academy, com Christian Scott aTunde Adjuah, além de colaborar com Milton Nascimento e Criolo no EP “Existe Amor” (2020). Por fim, no ano de 2021, o músico lança “Sankofa”, o terceiro e aclamado álbuns de originais, dando início a uma nova etapa na sua carreira.
“Sankofa” é um álbum conceptual e profundamente inventivo que recolheu elogios da generalidade da imprensa e da crítica especializada. Para Amaro Freitas, este álbum é uma busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil Negro. Um trabalho onde procura entender a história dos seus ancestrais, traduzindo sonoramente a herança e a memória dos povos negros que fizeram a história do Brasil e cujo património cultural e filosófico foi historicamente invisibilizado. Em “Sankofa”, o músico procura recuperar e retrabalhar esses legados, inscrevendo-os no futuro. Daí a própria escolha do nome do álbum, símbolo Adinkra que representa um pássaro com a cabeça voltada para trás e que traduz a vontade do seu autor em voltar às raízes para poder avançar em novos voos, sonhos e futuros.
Link Artistas: https://www.facebook.com/AmaroFreitaspiano
Link Press: https://veja.abril.com.br/cultura/a-ascensao-do-pernambucano-amaro-freitas-como-novo-bamba-do-jazz/
AYWA | Marrocos/França
Os AYWA oferecem-nos uma música cativante e explosiva que transforma qualquer recinto numa pista de dança. Inventivos, dinâmicos e rebeldes, são os três adjetivos que melhor caraterizam a banda.
Inspirados por um amplo leque de influências, desde a música tradicional do Magreb, Balcãs ou Norte da Índia, ao jazz, rock ocidental e música electro, os AYWA oferecem-nos uma brilhante combinação de vários estilos e sonoridades que torna a banda uma das grandes revelações do momento na área da world music.
Link Artistas: https://www.facebook.com/Aywa.Music/
Link Press: https://espiritudelsur.com/artistas/aywa-magreb-francia/
BandaAdriatica | Itália
Transportada pelos ventos do Adriático, a BandAadriatica vem de Apúlia, Sul de Itália, com um propósito original e disruptivo que mistura traços de uma banda tradicional – que anima as festas, as procissões e os funerais – com a virtuosidade e a energia da música dos Balcãs e as influências do Norte de África: uma “Odisseia” fantástica. Oito músicos, com uma secção extraordinária de sopros e uma proposta musical requintada, completada por uma presença em palco enriquecida por movimentos “coreográficos” divertidos e contagiantes, alcançam um resultado poderoso e explosivo que liberta energia suficiente para envolver a audiência numa grande festa. Distinguida no Babel Med (França) e na Fira Mediterrania de Manresa (Espanha), BandAdriatica atuou também em diversos festivais internacionais como Zürcher Theater Spektakel (Suíça), Zomer van Antwerpen (Bélgica), Vidor Fesztivál (Hungria), International Gipsy Festival (Países Baixos), Babel Sound Fesztivál (Hungria), Malta World Music Festival (Malta), Festival MéditerranéO’ Confluences (França), entre outros.
Link Artistas: https://www.facebook.com/bandadriatica
Link Press: http://www.finisterre.it/artista-label/bandadriatica-english/
Bandua | Portugal
Bandua é o projeto colaborativo entre Tempura the Purple Boy e Edgar Valente, onde a música eletrónica de downtempo berlinense se encontra com o espírito popular da Beira Baixa.
Bandua agarra no cancioneiro popular da região da Beira Baixa e encara-o com uma reinterpretação folk eletrónica à moda do downtempo berlinense. Concebido pelo músico e produtor luso-brasileiro Tempura the Purple Boy, e com a participação do cantor e músico português Edgar Valente, Bandua representa a primeira vez em que estas sonoridades, poemas e canções são transformadas num disco melancólico pop eletrónico de língua portuguesa. Influenciada pelas tradições pagãs e mouriscas, a Beira Baixa é uma região central de Portugal impregnada de cultura milenar com uma história de música folclórica hiper-regionalizada. Bandua é uma reinterpretação das canções e poemas populares da região, trazendo-as para o mundo moderno.
O disco de estreia de Bandua encontra o seu lar na discográfica holandesa/brasileira Frente Bolivarista, graças a uma conexão estabelecida através do DJ e produtor português Pedro Martins (que também mixou a maior parte do álbum). Dirigido pelo produtor brasileiro Pigmalião (Daniel Lucas), o selo vem com o objetivo de transcender fronteiras e promover uma grande variedade de estilos musicais, desde o eletrónico ao xamânico, com um ethos que anda de mãos dadas com este projeto revisionista de estilos tradicionais e belas narrativas folclóricas.
Link Artistas: https://www.facebook.com/bandua.music
Link Press: https://www.rimasebatidas.pt/a-romaria-de-bandua-continua-em-abril-no-lux-fragil/
Bateu Matou | Portugal
Bateu Matou é um grupo formado por Ivo Costa (Batida, Sara Tavares), Quim Albergaria (Paus) e Riot (Buraka Som Sistema). Juntos, os músicos produzem uma sonoridade que explora o espaço entre o dj set e a percussão. Em maio de 2021, o trio lançou o disco de estreia, “Chegou”, que contou com uma lista de colaborações de se tirar o chapéu: Héber Marques, Papillon, Irma, Pité, Scúru Fitchádu, Toty Sa’med, Favela Lacroix e Blaya. É pop, é afro, é dança. São esses os sons que compõem o baile que os Bateu Matou nos querem dar. Muitas batidas de três bateristas em palco a acompanhar vozes de convidados. Neste caso, pode-se escrever que o todo é maior que a soma das partes.
Link Artistas: https://www.facebook.com/bateumatou
Link Press: https://observador.pt/2017/10/28/bateu-matou-mas-que-banda-e-esta-com-tres-bateristas/
Bia Ferreira | Brasil
Bia Ferreira é, desde há quase uma década, uma das mais destacadas vozes brasileiras no que diz respeito à comunidade LGBTQl+, ao racismo e à xenofobia. Os seus concertos são muito mais que apenas música: são um espaço de esclarecimento, provocação, motivação e de luta por aquilo em que acredita. Editou até ao momento apenas o álbum “Igreja Lesbiteriana: Um Chamado”, em 2019, de onde saíram os singles “Cota Não É Esmola”, “Não Precisa Ser Amélia”, “De Dentro do AP” e “Boto Fé”. Ainda este ano, será editado um novo EP. A artista brasileira tem visitado Portugal desde 2019 onde se tem apresentado com banda e no registo a solo. Braga, Lisboa, Coimbra, Porto e Gaia são algumas das cidades que já receberam concertos de Bia Ferreira, bem como Loulé.
Link Artistas: https://www.facebook.com/BiaFerreiraOficial
Bulimundo | Cabo Verde
O Conjunto Bulimundo foi fundado em 1978 por Carlos Alberto Martins, “Katchas”, num período de grande efervescência cultural no arquipélago, nomeadamente do movimento que defendia o retorno às origens da música tradicional – o Funaná – com vista a encontrar-se novas formas musicais. Bulimundo é, talvez, a mais significativa banda de funaná da atualidade. Entre as diversas coisas que entregaram à história da música de Cabo Verde, destaca-se o papel incontestável que tiveram na democratização deste género musical. Foram eles que o trouxeram para o centro da cidade, tirando-o do lugar subalterno a que o conservadorismo das autoridades coloniais o haviam entregue.
Em 1980, levaram-no ainda mais longe, abrindo caminho para a diáspora do funaná com discos como “Djam Branku Dja” e “Bulimundo”, que imortalizam a versão eletrificada desse jogo constante entre o acordeão diatónico e o ferro-gaita. Discos que os levaram numa larga digressão para a Europa e EUA. Constam ainda da sua discografia “Mundo Ka Bu Kaba” (1982), “Êxodo” (1983), “Compasso Pilon” (1984) e “Na Kal Qui Bu Ta Linha” (1991, depois do falecimento de Katchás em 1989) e o último CD seria “Ta N’Deria Ka ta Kai” (1997). Depois de uma paragem de mais de 10 anos, o grupo voltou a juntar-se em abril de 2017, na Praia – Cabo Verde, regressando aos palcos com 3 dos seus elementos fundadores, dos 8 que fazem atualmente parte da banda.
Link Artistas: https://www.facebook.com/bulimundoofficial/
Club Makumba | Portugal
Club Makumba nasce da união entre Tó Trips (guitarra), João Doce (bateria), Gonçalo Prazeres (saxofone) e Gonçalo Leonardo (baixo e contrabaixo), para um exercício musical livre, espontâneo, experimental e tribalista. Abrindo a janela para uma viagem pelas sonoridades do Mediterrâneo e pela África imaginada, a música dos Club Makumba é uma bandeira de resistência hasteada em costas mediterrânicas, livre de qualquer preconceito ou fronteira geográfica ou estilística. Um estreito de influências numa fusão de cartografias rock, guitarras das costas do sul, ritmos quentes do Norte de África, varridos por espíritos que vagueiam no ar e nas dunas do jazz, melodias e afinações antigas, que chegam até nós em tempestades de poeira elétrica. Em palco, vivem de uma energia gloriosa e contagiante, capaz de exorcizar todos os problemas e fantasmas.
Link Artistas: https://www.facebook.com/clubmakumba
Horace Andy | Jamaica
Horace Andy é o cantor e compositor jamaicano conhecido por ter a “voz mais doce da música reggae” e pela sua longa associação com a banda britânica de trip-hop, Massive Attack.
Tornou-se uma voz duradoura no panorama musical jamaicano. Deixou a sua marca logo no início dos anos 70 com “Skylarking”, definindo desde logo a sua inigualável capacidade em aliar a crítica social à música, mas também por nos encantar com as suas canções de amor.
Iniciou o seu percurso musical ao lado de Coxsone Dodd com quem gravou “See A Man’s Face” e “Mr. Bassie”. Ao longo da sua carreira, Andy tem gravado e atuado consistentemente em todo o mundo com a sua banda e tem-se mantido fiel aos sub-géneros do reggae, rock steady, lover’s rock e ao dancehall. Em 1990, foi descoberto pelos Massive Attack, que o citam como uma das suas maiores influências na música da banda. Gravou a canção “One Love” para o álbum de estreia em 1991, “Blue Lines”, e a popularidade da banda expôs Andy a uma geração mais jovem de fãs.
Link Artistas: https://www.facebook.com/horaceandyofficial
Link Press: https://www.theguardian.com/music/2022/apr/11/horace-andy-reggae-star-interview
Lavoisier | Portugal
O projeto Lavoisier foi construído sobre a necessidade interior de fazer música. Se é cantado em Português ou em Inglês, não importa, já que o principal objetivo é cumprir o primeiro instinto traçado, a música. Lavoisier é um casal português influenciado um pelo outro e por todo o mundo de sensações que a música pode trazer. Enquanto compartilham o mesmo espírito dos tropicalistas, Michel Giacometti e Fernando Lopes Graça, que se dirigem à sua própria expressão musical, sem medos e sem preconceitos sobre nada.
No início da década de 1970, um movimento começou a crescer no Brasil, com Caetano Veloso e Gilberto Gil, bem como com os seus apoiantes mais entusiastas. Ambos usaram a antropofagia (ato de canibalismo praticado entre tribos antigas em todo o mundo, ato de comer alguém de sua própria espécie) como um caminho para o que eles chamaram de “Tropicalismo”, uma vez que também sentiam que estavam “a comer” música europeia, americana e africana, e com essa digestão, em vez de uma identidade musical muito pura, estavam a misturar o “caldeirão” da própria música. Também no final dos anos 60, início dos anos 70, uma série chamada “O Povo que Canta” estava a ser gravada e produzida em Portugal. Esta série teve como objetivo recordar antigas canções folclóricas portuguesas, que foram deixadas intocadas pelos processos de industrialização. Este projeto foi liderado por Michel Giacometti, com a notável ajuda de Fernando Lopes Graça. Os dois tiveram um papel importante não apenas na reunião de tais bens preciosos da cultura portuguesa, mas também no estudo fundamental da música popular portuguesa que desenvolveram.
Liderado pelo espírito de “tropicalismo”, Lavoisier vê a música não apenas como uma questão de individualidade, mas como um senso completo de consciência e presença no mundo em que estamos vivendo agora. Um mundo que já existia antes.
Link Artistas: https://www.facebook.com/whoislavoisier/?locale=pt_PT
Onipa | Gana/UK
Onipa significa humano, o que todos nós somos. Uma mensagem de conexão através da colaboração… Do Gana para Londres, das nossas para as nossas crianças, os Onipa trazem-nos energia, groove, eletrónica, afrofuturismo, dança e fogo! K.O.G e Tom Excell trabalharam em paralelo nos seus próprios projetos (K.O.G and the Zongo Brigade and Nubiyan Twist) por muitos anos e agora uniram para criar algo novo, algo despojado, cru, cheio de grooves profundos e energia feroz.
É uma nova sonoridade fresca e energética, fundindo eletrónica e profundos grooves afro. Pensem em Onipa como se pensassem em “Konono no.1 meets Shangaan Electro, Songhoy Blues e Débruit”.
Link Artistas: https://www.facebook.com/onipamusic
Link Press: https://www.faberalt.com/onipa
Omar Souleyman | Síria
Omar Souleyman é um sírio árabe nascido na cidade de Tell Tamer, onde a população é maioritariamente de etnia curda. O artista acabou por abandonar a Síria no início da guerra civil e, em 2017, editou o álbum “To Syria, With Love”, que o próprio descreveu como uma “ode pessoal”. O músico autodidata começou por tocar em casamentos no início da carreira até conseguir uma estrondosa internacionalização, especialmente no Ocidente. A título de exemplo, a música “Warni Warni” conta com 95 milhões de visualizações no YouTube, tornando-se um herói de culto em poucos anos. Omar reinventa a música tradicional árabe, com uma sonoridade kitsch, construindo pontes onde se podiam encontrar muros. Músicas sobre amor e positividade, numa mensagem necessária para o mundo. Um banquete de música de dança servido do palco à plateia.
Link Artistas: https://www.facebook.com/OmarSouleyman2/
Link Press: https://www.newyorker.com/magazine/2017/09/04/omar-souleymans-wedding-songs-head-west
Pedro Mafama | Portugal
Pedro Mafama está a marcar uma narrativa única. A mistura consistente de várias referências da eletrónica e urbana com a música tradicional portuguesa bem vincada, servem de cama musical a textos e cantares atuais, vívidos e percetíveis, de histórias de hoje de uma qualquer rua portuguesa. Mafama apresenta-se como uma espécie de altifalante e um produto da recolha de Giacometti, trazendo este legado para o presente e futuro. Em 2021 editou “Por Este Rio Abaixo”, com a chancela SONY, que incluiu os singles “Estaleiro”, “Contra a Maré” e “Leva”. O álbum de estreia do músico português teve as mais variadas e fortes reações tanto do público como da imprensa. O objeto único que apresenta já conquistou público de norte a sul de Portugal. Para Maio está preparado o regresso de Pedro Mafama com o segundo álbum de originais, “Estava no Abismo Mas Dei um Passo em Frente”.
Link Artistas: https://www.facebook.com/pedromafama/
Link Press: https://www.nit.pt/cultura/musica/pedro-mafama-a-historia-do-novo-fenomeno-da-musica-portuguesa
Sara Correia | Portugal
Orgulhosamente criada em Marvila, Sara Correia nasceu numa família fadista e desde muito cedo que é presença habitual nas melhores casas de fado da cidade de Lisboa. E, por isso, canta com a propriedade e força de quem cresceu no fado. Sara Correia tinha apenas 13 anos quando se consagrou vencedora da Grande Noite do Fado e, logo de seguida, é convidada para cantar numa das casas de fado mais míticas da cidade, a Casa de Linhares. Aí teve o privilégio de cantar e aprender ao lado de grandes nomes do fado, nomeadamente Celeste Rodrigues, Jorge Fernando, Maria da Nazaré, entre outros.
“Sara Correia”, o primeiro álbum editado com o selo da Universal Music Portugal, foi criado em parceria com o produtor Diogo Clemente. Participaram nele músicos como Ângelo Freire – “que é sem dúvida um génio da guitarra portuguesa desta geração” –, o mestre Marino de Freitas no baixo, Vicky Marques nas percussões e Ruben Alves no piano.
Em Portugal a crítica celebrou a estreia de Sara Correia e aplaudiram unanimemente aquela a quem chamaram a “grande voz da nova geração”. O álbum valeu-lhe, em 2019, duas nomeações na primeira edição dos prémios Play, os Prémios da Música Portuguesa, nas categorias “Melhor Álbum de Fado” e “Artista Revelação”, o Prémio Revelação da Rádio Festival, mais de 30 concertos e plateias rendidas em países como Espanha, Coreia do Sul, Noruega, Itália, Áustria, Ilhas Reunião e, já em 2020, India, Bélgica, Holanda e Chile.
Em setembro de 2020 é editado o seu segundo álbum de estúdio, “Do Coração”, de novo produzido e concebido em parceria com Diogo Clemente. Com o Fado Tradicional, onde imprime o seu poder como ninguém, convivem temas escritos e compostos para a sua voz, tornando-os também Fados. É disso exemplo aquele que será o primeiro single do disco, “Chegou Tão Tarde”, com letra e música da jovem compositora Joana Espadinha. Carolina Deslandes, Luísa Sobral, António Zambujo – com quem canta em dueto no álbum – Jorge Cruz e o já citado Diogo Clemente são disso exemplo. O álbum ganhou o prémio PLAY da Música Portuguesa, na categoria “Melhor Álbum de Fado”.
Em 2021, o mesmo álbum foi indicado para o Grammy Latino de melhor álbum de música de raízes em língua portuguesa.
Link Artistas: https://www.facebook.com/saracorreiafado/?locale=pt_PT
Sarah McCoy | EUA
Tendo-se firmado em poucos anos como uma das figuras mais extravagantes da música contemporânea, a cantora e pianista americana Sarah McCoy está de volta com o seu novo álbum “High Priestess”. Gravado com o veterano produtor Renaud Letang (Feist, Keren Ann, Charlotte Gainsbourg…) e sob a benevolente asa de Chilly Gonzales (conhecido pelo toque íntimo de seus álbuns Solo Piano e suas colaborações com Jarvis Cocker, Feist, Drake ou Daft Punk), este novo trabalho marca um ponto de viragem para a talentosa cantora e compositora, cuja voz poderosa revela “rachaduras” dolorosas. Tendo dominado totalmente o exercício solo de seu primeiro álbum “Blood Siren” (2019), Sarah evoluiu para sons modernos, eletrónicos e até futuristas que todo um novo público descobrirá, mantendo aquela convicção visceral de composição musical trazida para nós diretamente de New Orleans e isso lhe rendeu uma adoção instantânea na cena europeia de jazz/blues.
Link Artistas: https://www.facebook.com/SingerSarahMcCoy
Link Press: https://jenesaispop.com/2023/02/13/449867/la-diva-leona-sarah-mccoy-customiza-el-jazz-y-el-blues-clasicos/
Sétima Legião | Portugal
A Sétima Legião regressa aos palcos 40 anos depois do arranque da sua particular história que é, justamente, uma das mais celebradas do pop rock nacional. Estes espetáculos servem também para homenagear Ricardo Camacho, produtor e teclista do grupo, desaparecido em 2018.
Neste regresso, a Sétima Legião de Pedro Oliveira (voz e guitarra), Rodrigo Leão (baixo e teclas), Nuno Cruz (bateria, percussão), Gabriel Gomes (acordeão), Paulo Tato Marinho (gaita de foles, flautas), Paulo Abelho (percussão, samplers) e Francisco Menezes (letras, coros) acolhe também João Eleutério, experimentado músico que tem corrido mundo como parte da banda de Rodrigo Leão e que agora assegurará os teclados.
Foi em 1982 que a Sétima Legião surgiu no então agitadíssimo panorama musical português, apresentando uma visão singular da música sintonizada com as experiências mais avançadas da pop alternativa da época, mas sem esquecer a identidade portuguesa. A banda deixou uma marca vincada na produção musical nacional dos anos 80 e 90. Com estes concertos de aniversário, a Sétima legião pretende revisitar os seus mais aplaudidos clássicos e dar nova vida a temas como «Sete Mares» ou «Por Quem Não Esqueci», sucessos de grande impacto que ainda hoje têm lugar garantido na programação de muitas rádios. De assinalar que da Sétima Legião saíram músicos que se envolveram em projetos ímpares da música portuguesa como os Madredeus, Gaiteiros de Lisboa ou Cindy Kat, prova de que aí se ensaiaram importantes ideias que geraram fértil descendência.
Link Artistas: https://www.facebook.com/SetimaLegiao