Clara Andrade apresentou este sábado o livro “Areia”, da editora On y va, na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Lagoa
Clara Andrade reúne em Areia poemas que compõem um todo onde o tempo linear e circular, a realidade e o sonho, se intercetam e conjugam, como num mágico caldeirão de bruxas.
Esse todo é uma leitura que faz da vida vivida: a vida nas suas múltiplas, trágicas ou grandiosas facetas, onde o tempo é a dimensão mais vincadamente sentida e afirmada.
A autora acredita que “a condição de existir no tempo, a prazo, na incerteza e na insegurança, na contingência e na precaridade, tudo isso nos define a vida. Toda a vida”.
Diz que “as estações passam deixando um rasto de decadência e morte, destino trágico e inescapável, mas diz também que não nos conformamos, e por isso a poesia surge”.
Assim, olha para o que escreve “como tentativas de conferir algum sentido e alguma beleza ao que vive, ao que a toca, ao que observa à sua volta”.
A escritora fala da “morte, da perda, do medo, do sofrimento, mas também da esperança e do sonho; do modo como coletivamente vamos construindo ou destruindo o mundo, tradições, valores e mitos, do modo como nos relacionamos com os outros, na beleza e na singularidade de um gesto, de um momento, de um sentimento, do amor”.
No prólogo de Areia, Liyanis González Padrón, poeta e professora de literatura, faz notar o “trabalho poético verdadeiro”, assinalando que se trata de um livro que é do tempo da autora e para todos os tempos.
Sobre Clara Andrade
Natural de Aguiar da Beira e algarvia por adoção, Clara Andrade é licenciada em Filosofia e foi docente do Ensino Secundário.
Depois de concluída uma especialização em Ciências Documentais, tornou-se em 1996 responsável pela Biblioteca Municipal de Lagoa.
É coordenadora, na biblioteca, do Clube de Leitura. Pinta, lê e escreve. Participa em exposições coletivas e individuais.
Ganhou o Primeiro Prémio no Concurso de Escrita Criativa Poeta António Aleixo, com o conto E sobre tudo, as Camélias, publicado pela editora On y va numa antologia.
Recebeu menções honrosas no Prémio Literário Hernâni Cidade e no Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes.
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