A costa algarvia é pródiga em locais de grande beleza natural e muitos com acesso exclusivo por mar revelando pequenos areais e grutas e rochedos surpreendente. Nestes dias mais longos e quentes de verão, aventure-se e parta à descoberta destes locais secretos, de forma original e divertida, na chamada Costa Vicentina, mas especificamente entre as praias do Barranco e da Salema, no concelho de Vila do Bispo.
A selvagem praia do Barranco, encaixada entre duas arribas e com cerca de 200 metros de areal, é ponto obrigatório de partida para esta aventura. O acesso faz-se a partir da EN 125, na localidade de Raposeira, seguindo por um caminho de terra batida com cerca de 4 km. A praia não é vigiada, nem dispõe de qualquer equipamento de apoio, o que garante grande tranquilidade, mesmo nos meses de verão. É conhecida dos praticantes de mergulho devido à diversidade de espécies marinhas e transparência das águas, mas também pelos pequenos abrigos semicirculares que funcionam como corta-vento erigidos pelos banhistas com os chamados “rebolinhos”, o calhau rolado comum nesta zona costeira.
Remar até às grutas
A praia do Barranco pode também ser facilmente conquistada com uma prancha de stand up paddle, numa visita devidamente acompanhada por um guia da empresa Carrapateira Extreme (Tel. 963095990). A experiência, para grupos (€50) tem a duração de cerca de 2h30. Com partida do areal do Barranco desliza-se à descoberta de outras praias, como João Vaz e Ingrina, mas também de grutas, falésias e rochedos no meio do mar e até das ruínas do forte do Zavial, datado do século XVII. A experiência contempla mergulhos – a partir das rochas para os mais destemidos – e fotografias tiradas pelo guia, para guardar no álbum de recordações. A viagem é feita em ritmo lento, para que seja relaxante e permita admirar toda a beleza da costa. Outra possibilidade é fazer o mesmo passeio, mas a bordo de um caiaque.
Dinossauro na praia
A pouca distância da praia do Barranco e ainda no concelho de Vila do Bispo, a Salema tem uma história que encanta especialmente os mais novos. A proposta é fazer uma grande viagem no tempo e recuar cerca de 125 milhões de anos até ao tempo em que os dinossauros dominavam o planeta. A laje de calcário existente na base da escada de acesso ao extremo poente desta praia está um trilho com várias pegadas de um dinossauro. Trata-se de um grande herbívoro bípede ornitópode, que ali deixou a marca das patas largas e compridas. O acesso a este local é feita a pé, mas convém redobrar os cuidados, já que é condicionado pelo ciclo das marés. Mas, a Salema tem mais para contar. A prática da pesca tem ali origem desde a época romana. Os vestígios de tanques de salga de peixe testemunham a veracidade destes factos e o próprio nome “salema” remete para uma espécie de peixe frequente nas águas da costa algarvia. A praia da Salema conta com infraestruturas balneares de apoio, Bandeira Azul, fácil acesso e vários restaurantes, bares e alojamentos.
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