A 12ª edição das Bolsas de Excelência da Universidade do Algarve, que este ano distinguiu 117 estudantes, realizou-se esta quinta-feira, às 15:30, no Grande Auditório Caixa Geral de Depósitos, Campus de Gambelas, numa sessão que contou com a presença de premiados, empresas, escolas e famílias.
Esta edição contou com a participação de 59 empresas e entidades e um apoio monetário de 81.549,00 euros.
Desde o seu início, no ano letivo 2012/13, a iniciativa já premiou 667 estudantes, totalizando um apoio de mais de 551 mil euros.
As bolsas pagam integralmente a propina do 1.º ano de Licenciatura e/ou Mestrado Integrado, fixada em 697 euros.
Os estudantes colocados com a melhor classificação no respetivo curso, que ingressaram com uma nota de candidatura igual ou superior a 15 valores, foram seriados para atribuição de Bolsa de Excelência. Foram automaticamente selecionados todos os alunos que ingressaram na UAlg através do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, em primeira opção, com nota de candidatura igual ou superior a 17 valores.
“Quanto mais apoiarmos a UAlg, mais conseguiremos ter uma Universidade que será um exemplo para todos nós…”
Do ponto de vista das empresas é muito importante atrair e apoiar o mérito dos alunos. Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, participa nesta iniciativa desde a primeira edição. Em representação dos empresários, saudou escolas, entidades e empresas presentes, o que, na sua opinião, prova bem a importância da Universidade do Algarve e do ensino académico e o reconhecimento do seu contributo para uma sociedade que se quer, cada vez mais, organizada e solidária.
Para o administrador da Garvetur, a UAlg é uma “grande casa que exporta conhecimento do Algarve, para todo o mundo, o que muito nos orgulha”.
A investigação também foi destacada por Reinaldo Teixeira, referindo-se a uma lista de investigadores que se encontra no topo dos mais citados em todo o mundo, o que também é um reflexo da competência da Universidade e a razão pela qual os alunos a escolhem para a sua formação. “Quanto mais apoiarmos a UAlg, mais conseguiremos ter uma Universidade que será um exemplo para todos nós e para formar os nossos filhos e aqueles que serão os nossos colaboradores”.
Na opinião do empresário, existem valores e princípios, como a verdade e a seriedade, que contam muito. “Juntem esses princípios às competências que vão adquirir nesta casa, coloquem-nos em prática na sociedade e exportem-nos para todo o mundo. O vosso sucesso é o sucesso da UAlg, das empresas, da região e do País”.
“Foi nesta Instituição e comunidade académica, com estes docentes, funcionários e alunos, que encontrei o meu lugar enquanto estudante e pessoa”
Joana Coelho ingressou este ano letivo na Universidade do Algarve com 18,59 valores, e escolheu o curso de Ciências da Comunicação, em primeira opção, na Escola Superior de Educação e Comunicação. Nesta cerimónia, discursou em representação dos alunos premiados.
Se a sua ideia original, depois de terminar o ensino secundário, seria mudar-se para a “grande capital, ingressar na sua maior universidade e no curso de média mais elevada possível”, Joana resolveu desviar-se do plano inicial em prol do “conforto, felicidade, saúde mental e sustentabilidade dos estudos”, já que, na sua opinião “todos estes fatores acabam por ser negligenciados e postos em causa, contribuindo para uma eventual perda da qualidade de vida quando nos encontramos sozinhos em cidades novas e desconhecidas”.
Atualmente, está convicta de que ficar em casa e ingressar na Universidade do Algarve foi a melhor opção, “uma vez que foi aqui, nesta Instituição e comunidade académica, com estes docentes, funcionários e alunos, que encontrei o meu lugar enquanto estudante e pessoa”.
No entanto, a estudante mostra-se preocupada com os tempos atuais: “a nossa geração enfrenta inúmeras incertezas e adversidades, quer no mercado de trabalho das nossas respetivas áreas, quer a nível da habitação e do elevado custo de vida, quer no que toca a exercer uma profissão num país onde ela não é atrativa e onde os incentivos para tal não são suficientes”.
Ainda assim, refere, “somos a geração mais dotada e qualificada a nível académico, em grande parte devido a iniciativas como esta, que democratizam e tornam acessível a um maior número de pessoas aquilo que deveria ser de todos, mas que, infelizmente, ainda não é”.
Numa sessão que premeia o mérito dos estudantes, Joana Coelho reconhece que, “tanto a Universidade do Algarve, como a própria região têm demonstrado uma enorme vontade de atrair jovens estudantes e profissionais de todos os cantos do mundo”.
Contudo, na sua opinião, mais importantes têm sido os esforços feitos nos últimos anos para cativar e fixar os jovens do Sul do país, mostrando-lhes que não têm de se deslocar para o exterior à procura de estabilidade e oportunidades profissionais, já que as podem encontrar no Algarve, em instituições como a UAlg, e a serem financiadas pela comunidade empresarial, que investe no nosso futuro e, consequentemente, no futuro da nossa região”.
Na opinião de Joana Coelho, “a UAlg tem, mais do que qualquer outra universidade, desenvolvido e aprimorado o seu leque de ofertas e planos curriculares para se adequarem não só às necessidades dos seus estudantes, mas também à atual e gradual digitalização do mercado, à sustentabilidade do território e das áreas profissionais e às inevitabilidades do futuro”.
“Investir na educação é investir no maior recurso que a sociedade possui: as pessoas”
Como o mérito é também o resultado do trabalho desenvolvido pelos professores, desde o ensino básico ao secundário, culminando no universitário, e como a Universidade do Algarve é um parceiro de todos os agentes educativos, este ano, pela primeira vez, discursou em representação dos diretores dos agrupamentos de escolas, Idalécio Nicolau, do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Fernandes Lopes, de Olhão.
Idalécio Nicolau iniciou o seu discurso destacando o “profissionalismo e a dedicação que todos os docentes colocam no dia a dia nas escolas, em prol do sucesso escolar dos alunos, visando a sua formação enquanto cidadãos ativos e pessoas autónomas e conscientes”.
Para o diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Fernandes Lopes, “investir na educação é investir no maior recurso que a sociedade possui: as pessoas”. Neste sentido, explica, “ensino e aprendizagem não devem ser deixados ao acaso e estes prémios pretendem mostrar isso mesmo – assinalar os estudantes que aceitaram esse desafio e se empenharam nos seus estudos/na sua educação, e que iniciam, agora, uma nova etapa da sua vida académica”.
O diretor realça ainda o papel crucial da UAlg no Ensino Superior no Algarve e a relação próxima que desenvolve com os estabelecimentos de ensino secundário, “mantendo as portas abertas para acolher alunos e projetos desenvolvidos nas escolas”. Essa colaboração e articulação entre a universidade e as escolas secundárias são, na sua opinião, “essenciais para promover o acesso ao ensino superior e apoiar o desenvolvimento educacional”.
A terminar o seu discurso, referiu-se ainda às “imensas atividades desenvolvidas ao longo dos últimos anos entre a Universidade e as escolas, foram constituídas inúmeras parcerias com um único objetivo, aumentar o conhecimento científico e tecnológico dos nossos alunos e simultaneamente desenvolver a capacidade de aprender e de valorizar a educação ao longo da vida”.
“Só através do conhecimento conseguiremos construir uma sociedade mais justa, mais inclusiva, mais solidária”
O reitor Paulo Águas dirigiu as suas primeiras palavras aos estudantes premiados, considerando que os resultados por eles alcançados decorreram de uma combinação de duas palavras: trabalho e talento. O reitor agradeceu a familiares, amigos e professores dos premiados, que os acompanharam neste percurso. “Mas, não chegaram aqui sozinhos. Porque sozinho não se chega longe”, contextualiza.
Paulo Águas agradeceu ainda às empresas, que desde a primeira edição apoiaram este projeto, e às que, entretanto, se juntaram a esta iniciativa pela primeira vez. “A vossa adesão é um sinal de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na Universidade do Algarve na capacitação dos nossos jovens. A vossa presença constitui, também, um forte incentivo para os estudantes”.
Numa clara alusão ao não abandono escolar, Paulo Águas dirigiu-se aos estudantes felicitando-os pelo facto de continuarem a estudar. “Vivemos numa sociedade do conhecimento. Só através do conhecimento conseguiremos construir uma sociedade mais justa, mais inclusiva, mais solidária. É também o conhecimento que nos possibilitará o aumento dos níveis de bem-estar, individuais e da nossa comunidade, do nosso país”. Para o reitor da UAlg, o conhecimento é feito por “camadas”. Todavia, as novas necessitam da existência de camadas prévias, sem as quais não será possível acrescentar novas. E quem não as conseguir acrescentar ficará numa posição muito difícil.
Paulo Águas agradeceu aos estudantes a escolha da UAlg para prosseguir os estudos, explicando ainda que o “prestígio das universidades se alicerça em múltiplos pilares, nomeadamente a investigação que desenvolvem, a qualidade do ensino, as relações com a comunidade, entre outros. Mas o pilar mais importante são os seus estudantes, os seus diplomados”. Para o reitor a presença dos estudantes nesta cerimónia é uma prova do seu comprometimento com a UAlg. São nossos Embaixadores! Sejam dinâmicos, sejam mobilizadores! Apoiem os vossos colegas. E, caso sintam dificuldades, porque momentos difíceis poderão surgir, não deixem de procurar ajuda. Não tenham vergonha!”
Reconhecendo que não vivemos tempos fáceis, referindo-se à guerra na Ucrânia, no Médio Oriente, em particular na faixa de Gaza, e ao ataque a Israel, Paulo Águas destacou “o projeto europeu, iniciado após a 2.ª guerra mundial, que nos trouxe paz e prosperidade, e começa a ser questionado por movimentos populistas. A desinformação é galopante”.
A terminar, Paulo Águas incentivou os estudantes a lutarem pelos seus direitos, pelas suas causas, a não ficarem indiferentes. Mas, em simultâneo, a assumirem as responsabilidades e os deveres. “Ouçam os vossos pais, os vossos avós, os vossos professores. Sejam cidadãos informados. As redes sociais não são órgãos de informação. Desenvolvam pensamento crítico. Construam opinião fundamentada”.
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