Muitas famílias não estão a conseguir inscrever as crianças que transitam para o 5.º ano, estando “a ficar desesperados” porque o prazo para as matrículas termina na segunda-feira, revelou a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).
A inscrição dos alunos que terminaram o 4.º ano começou na quinta-feira e acaba em 10 de julho, mas vários encarregados de educação relataram à Lusa que o portal das matrículas bloqueia a meio, não permitindo concluir o processo.
Hugo Fragata vive no centro de Lisboa e está desde quinta-feira a tentar inscrever, sem sucesso, o filho na Escola Virgílio Ferreira.
“No grupo de pais percebe-se que quem tem os filhos no ensino articulado [ensino em que para além do currículo regular os alunos têm também formação específica em música ou dança] faz a inscrição sem problemas, mas todos os outros não estão a conseguir”, disse à Lusa Hugo Fragata.
“Era importante que o ministério da Educação explicasse o que se passa e, se possível, prolongasse o prazo da matrícula para as pessoas ficarem mais descansadas”, defendeu.
A informação foi corroborada pela presidente da Confap, Mariana Carvalho, que explicou que algumas famílias estão “a aguardar para ver se, durante o dia desta sexta-feira, conseguem finalmente fazer a inscrição”.
“Claro que há pais ansiosos, porque o tempo está a passar e se é verdade que as escolas se disponibilizam para ajudar, este é um caso que não tem a ver com tirar uma dúvida mas sim um problema no portal”, disse.
Mariana Carvalho disse que houve pais que, perante os problemas e sabendo que há sempre uma sobrecarga nos primeiros dias, optaram por esperar até ao final do dia desta sexta-feira à noite, “quando há menos fluxo na internet”.
À Lusa chegou o relato de uma mãe que esteve toda a noite acordada a tentar fazer a inscrição e que, “desesperada, acabou por se dirigir hoje à escola”.
As matrículas são exigidas para os alunos que mudam de ciclo de ensino ou que pretendam mudar de escola e, neste momento, estão a decorrer apenas as inscrições dos estudantes que vão para o 5.º ano.
A Lusa questionou o ministério da Educação sobre o motivo da falha no portal e a possibilidade de os prazos serem alargados e aguarda resposta.