A editora Traça, sediada no Algarve, vai lançar o livro “Estás na moda ou na merda?”, de Vitor Belanciano, no dia 27 de Janeiro, às 18:00 na Casa do Comum, Bairro Alto, em Lisboa, uma obra com pequenos textos de reflexão.
Na apresentação irão estar Jorge Ramos d’O (professor, investigador), Ana Freitas Reis (psicóloga, poeta), Nástio Mosquito (artista, músico) e Cobramor (editor, poeta).
“Estás na moda ou na merda?”, porque vivemos entre impasses e conflitualidades, mas em vez de os encararmos, tentamos disfarçá-los, criando eufemismos para a degradação das relações colectivas e individuais, inviabilizando dessa forma a criação de verdadeiras possibilidades alternativas, que também as há. É assim que o jornalista, crítico cultural e autor Vítor Belanciano tem sentido o estado do mundo, de Portugal, do colectivo e de muitas existências particulares.
O prefácio do livro é de Cátia Oliveira, ou seja, a cantautora A Garota Não, e o posfácio de Paula Guerra (académica, investigadora), havendo ainda pequenas sinopses de José Carlos Mota (académico, urbanista) e Nástio Mosquito.
No prefácio, A Garota Não, escreve: “Estes textos falam de nós. Ninguém fica de fora, não há banco para suplentes, a convocatória é geral. Vítor Belanciano consegue assinalar com uma clareza acutilante alguns dos mais violentos temas dos nossos dias, mas fá-lo sem se colocar no lugar de alguém que é melhor do que o outro. É observador, questiona, interpela, mas sabe-se como parte deste todo. Tão belo e tão falho.”
Na introdução, Vítor Belanciano, enuncia: “Quando comecei a escrever estes textos no jornal Público, alguns dos que só me conheciam do jornalismo cultural e da crítica de música, confessaram-se surpresos, principalmente quando expunha visões políticas. Quando era atacado, por norma lá vinha a frase paternalista que devia era dedicar-me à música. Essa tentativa de menorização sempre me fez sorrir. Mas é real. Está incrustada nas próprias redacções dos jornais.
Sim, claro, deve haver áreas de especialização, mas nenhuma forma de conhecimento, por si só, capta as inúmeras experiências da realidade, principalmente quando falamos de “fenómenos sociais totais” como são tantos dos que hoje nos desafiam. Por isso, para mim, está tudo ligado. Na altura em que sentir que os meus textos sobre música não são também políticos – e não de politiquice – algo de errado acontece. O meu olhar sobre a realidade, a musical ou outra qualquer, está fecundado no desejo de existir numa sociedade progressista, emancipada, justa, questionadora, adulta, livre, humanista, sem receio da mudança, onde a identidade das pessoas não depende do que possuem mas do que fazem de significativo para si e para os outros”.
A obra está em pré-venda online até 28 de janeiro. Mais informações aqui.
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