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A Torre da Lapa, em Lagoa, no Algarve, outrora ponto de vigia do litoral algarvio, foi classificada como monumento de interesse público pelo Governo, segundo uma portaria publicada hoje em Diário da República (DR).
Na portaria 318/2020, assinada pela secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Carvalho Ferreira, o Governo justificou a classificação com o “interesse do bem como testemunho notável de vivências ou factos históricos, à sua conceção arquitetónica e paisagística, e à sua importância do ponto de vista da investigação histórica ou científica”.
Construída em alvenaria de pedra e argamassa de cal e de estrutura circular, com cerca de cinco metros de diâmetro, a Torre da Lapa ou Torre da Marinha, está implantada no topo de uma falésia, no Vale da Azinhaga, na freguesia de Ferragudo, no concelho de Lagoa, no distrito de Faro, e terá sido erguida em meados do século XVI, provavelmente no reinado de João III.
A antiga torre de vigia, de onde há cerca de 400 anos se avistavam embarcações inimigas e se avisava o povo de possíveis saques de piratas, está estrategicamente localizada a leste da desembocadura do Rio Arade.
Faz parte do conjunto de atalaias, a partir das quais se vigiava o litoral algarvio, de onde eram enviados sinais de fumo, contra os ataques de piratas ou outros invasores, que procuravam saquear a produção agrícola, vinhos ou peixe.
“O processo de ruína terá começado na primeira metade do século XIX, paralelamente a uma radical alteração dos dispositivos de defesa da costa. O monumento apresenta-se, hoje em dia, como um dos poucos exemplares desta tipologia conservados na costa ocidental do Algarve, e constitui seguramente um marco na paisagem local”, lê-se na portaria.
As obras de recuperação da antiga torre de vigia foram iniciadas pela Câmara de Lagoa em 2016, tendo ficado concluídas um ano depois (2017), ano em que foi lançado o procedimento de classificação do imóvel histórico como monumento de interesse público nacional.
O processo de instrução da classificação iniciou-se em 2015, por propostas da junta de freguesia de Ferragudo e da Câmara de Lagoa, com o parecer favorável da Direção Regional de Cultura do Algarve.
No concelho algarvio de Lagoa estão classificados, como monumentos de interesse nacional, a igreja de Estômbar e o promontório de Nossa Senhora da Rocha.