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Uma parte importante da história árabe de Albufeira está agora ao alcance de todos, na Praça da República. Os vestígios de duas casas do período islâmico, séculos XII-XIII, encontram-se no local que foi em tempos o centro do Castelo de Albufeira, onde residia a elite política e a guarnição militar da vila de então.
A fortificação medieval de Albufeira (al-Buayra) desempenhou elevada importância estratégica para a defesa marítima do Algarve islâmico, sendo formada por um castelo, construído naquela praça, da qual apenas restam a Torre do Relógio e as muralhas que protegiam a elevação.
Em torno dos vestígios foi construído um círculo de placas que permitem a visualização dos achados e, ao mesmo tempo, criam efeitos de luz natural, de modo a evitar a intrusão humana no espaço e garantindo a continuidade de todas as funcionalidades do espaço envolvente.
É a primeira obra aprovada dos Planos de Acção de Regeneração Urbana (PARU), que na sua totalidade rondam cerca de um milhão de euros. A intervenção envolveu um investimento total de 105.653,15 euros, sendo financiada a 65% (um total de 68.674,55€) pelo Programa Operacional Regional do Algarve (CRESC Algarve 2020).
Delegada regional da cultura esteve presente na inauguração
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A inauguração das obras de reabilitação da Praça da República e Musealização dos Vestígios Arqueológicos aconteceu durante as comemorações do Dia de Portugal, 10 de Junho, numa cerimónia que teve lugar na Praça da República e contou com a presença da delegada regional da cultura, Alexandra Gonçalves, que salientou a criteriosa opção de requalificação.
Alexandra Gonçalves considera que “estes projectos são de valorização mas também de salvaguarda e havia que escolher uma narrativa e uma tipologia de intervenção. A opção foi inteligente pois permite-nos fazer uma leitura dos períodos históricos que aqui se encontram e, ao mesmo tempo, haver uma fruição pública deste património, enquanto se salvaguarda o restante património circundante e sem colocar em causa a circulação na praça, permitindo um projecto público no qual a comunidade usufrua do bem-estar de se encontrar ao ar livre neste espaço.”
A delegada regional da cultura deu os parabéns à Câmara de Albufeira e ao presidente da autarquia, salientando que “hoje existe em Albufeira um olhar novo e diferente sobre o património. Albufeira é conhecida sobretudo por ser um destino turístico muito associado aos anos 80, um período de maior massificação, em que o sol e a praia, como elementos preponderantes, fizeram sobrepor a ocupação humana o mais perto do mar e da praia, sem ter havido o devido olhar à preservação e salvaguarda daquilo que é a nossa identidade e que está por baixo dos nossos pés em todo o sítio. Há hoje uma projecção no futuro e uma valorização no dia-a-dia desta narrativa da nossa história, que será bom que comece a ser partilhada com a população em geral”.
Obra enquadra-se na política de valorização do património histórico de Albufeira
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O presidente da autarquia, Carlos Silva e Sousa, referiu que a obra se “enquadra na política da Câmara de valorizar o património histórico, que não é extenso, mas que o temos. Como tal, tem que ser recuperado e devolvido à população, para que conheça as suas raízes e possa estimar cada vez mais Albufeira”.
O presidente salientou ainda que “um dos objectivos programáticos da regeneração urbana é que os privados também invistam nas áreas urbanas e, neste momento, Albufeira já tem intenções de investimento privado na ordem dos seis milhões de euros, pelo que o investimento público terá que ser de 3 milhões para o efeito. Será uma grande riqueza que fica na nossa terra”.
Paulo Freitas, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, realçou todo o empenho da Câmara na obra, nomeadamente por parte da vereadora da cultura, Marlene Silva. O presidente da Assembleia Municipal acredita que “toda a obra é controversa e quando se faz uma obra, a crítica está sempre ao lado do desafio. Aqui vemos o que é possível fazer-se de acordo com as opções técnicas e arqueológicas adequadas. Os albufeirenses estão de parabéns porque estamos a valorizar aquilo que nos foi deixado por todos os povos antes de nós”.
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À noite, Dulce Pontes encantou a plateia constituída por cerca de 3000 pessoas. A voz da ‘Lusitana paixão’ apresentou o novo álbum, ‘Peregrinação’, no Largo dos Paços do Concelho.
(Cátia Marcelino / Henrique Dias Freire)