
João Cascalheira, investigador do Centro Interdisciplinar em Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB), obteve recentemente financiamento da Wenner-Gren Foundation (EUA) para realizar novos trabalhos arqueológicos na Gruta do Escoural, monumento nacional localizado em Montemor-o-Novo, Évora.
O local, que é apontado como tendo sido um dos últimos refúgios para as comunidades neandertais, é também um dos mais importantes sítios arqueológicos do Sul de Portugal, principalmente por ser a única gruta, a nível nacional, onde estão identificadas pinturas rupestres datadas do Paleolítico.
Conforme explica a Universidade do Algarve em comunicado “os últimos trabalhos de investigação desenvolvidos no local, levados a cabo nos anos 90, e que permitiram recolher informação inédita sobre os Neandertais, revelam-se hoje, à luz dos métodos e conhecimentos atualmente disponíveis, relativamente limitados”.
Assim, diante de um panorama de investigação singular, o projeto “O Paleolítico Médio da Gruta do Escoural” tem como principal objetivo recolher novos dados que permitam caracterizar com mais detalhe as ocupações neandertais na gruta e aprofundar o conhecimento sobre um espaço milenar, até há cerca de 40 mil anos, quando estas comunidades foram substituídas pelos Humanos Anatomicamente Modernos.
No Sul de Portugal, o número de grutas conhecidas ocupadas por populações neandertais é relativamente diminuto, apontando-se apenas uma gruta no concelho de Setúbal (Figueira Brava) e duas outras cavidades no Algarve (Companheira e Ibn-Ahmar), estas últimas também alvo de um projeto em curso co-coordenado pelo investigador.
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