Colmeal é uma pequena aldeia do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, conhecida pela sua beleza natural e pela tranquilidade que oferece aos seus visitantes. Apesar do ambiente sereno que hoje atrai turistas, a história de Colmeal é marcada por um passado trágico e singular, tendo sido abandonada pelos seus habitantes após um despejo ordenado por um tribunal.
Segundo o Ncultura, a origem de Colmeal remonta ao ano de 1183, quando foi doada pelo rei de Leão à Ordem de São Julião do Pereiro. Após o Tratado de Alcanizes, em 1297, a aldeia passou a integrar o território português, sendo mais tarde administrada pela Ordem de Alcântara. Em 1540, recebeu carta de couto e era conhecida como Colmenar das Donas, pertencendo então ao senhorio de João de Gouveia.
No século XIX, a aldeia tornou-se propriedade dos condes de Belmonte, ligados à família de Pedro Álvares Cabral. Posteriormente, a propriedade foi vendida à família Quirino, que nos anos 40 do século XX mantinha direitos feudais sobre a área. O Colmeal era, nessa altura, uma aldeia inserida numa grande propriedade, cujos habitantes pagavam uma renda aos proprietários.
Contudo, as famílias locais recusaram-se a continuar a pagar o foro, originando um longo litígio judicial. Em 1957, a ação de despejo movida pelos advogados da família Quirino resultou na expulsão coletiva das 15 famílias que habitavam a aldeia, num total de cerca de 60 pessoas. Segundo relatos, a operação envolveu a Guarda Nacional Republicana e ficou marcada por casas queimadas e mortes, embora alguns refiram que esses acontecimentos possam ser mitos.
Hoje, o Colmeal renasceu como destino turístico, destacando-se pelo seu património natural e histórico. A aldeia é procurada por quem busca tranquilidade e atividades ao ar livre, como caminhadas e piqueniques. Com a ajuda de iniciativas locais, a aldeia transformou-se num refúgio de charme no interior português.
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