Possuir uma viatura elétrica em Portugal pode ser “o melhor e o pior de dois mundos” na mobilidade elétrica. Sim, essa afirmação reflete uma visão equilibrada das vantagens e desvantagens de possuir uma viatura elétrica em Portugal.
Ou seja, enquanto as viaturas elétricas oferecem várias vantagens em termos de sustentabilidade, economia e tecnologia, ainda enfrentam desafios significativos relacionados com a infraestrutura de carregamento, autonomia, custos e dependência da rede elétrica. Esses aspectos fazem com que possuir uma viatura elétrica em Portugal possa ser visto como uma experiência que combina o melhor e o pior dos dois mundos.
Aqui está uma explicação detalhada: a grande vantagem de ter uma viatura elétrica em Portugal é a sua sustentabilidade ambiental e económica.
Vantagens
- Sustentabilidade Ambiental: Veículos elétricos produzem zero emissões de gases poluentes durante a condução, ajudando a reduzir a poluição do ar e o impacto ambiental.
- Economia de Combustível: Os veículos elétricos são mais eficientes em termos de consumo de energia em comparação com os veículos a combustão, o que pode resultar em economias significativas nos custos de combustível.
- Redução de Ruído: Os motores elétricos são mais silenciosos em comparação com os motores a combustão, o que contribui para um ambiente urbano mais tranquilo.
- Manutenção Simplificada: Veículos elétricos têm menos peças móveis e menos componentes sujeitos a desgaste em comparação com veículos a combustão, o que reduz substancialmente os custos de manutenção ao longo do tempo.
- Incentivos Fiscais: Em muitos países, incluindo Portugal, existem incentivos fiscais, como isenção de impostos ou redução de taxas, para veículos elétricos, o que pode torná-los mais acessíveis e atrativos para os consumidores.
No entanto, também existem algumas desvantagens em ter uma viatura elétrica em Portugal:
Desvantagens
- Infraestrutura de Carregamento Limitada: A infraestrutura de carregamento de veículos elétricos ainda está em desenvolvimento em muitas regiões de Portugal, o que pode resultar em tempos de carregamento mais longos e falta de conveniência para os condutores.
- Autonomia Limitada da Bateria: Embora a autonomia dos veículos elétricos esteja a aumentar com o avanço da tecnologia das baterias, muitos modelos ainda têm uma autonomia limitada em comparação com os veículos a combustão, o que pode limitar a sua utilidade para viagens de longa distância.
- Custo Inicial Elevado: Os veículos elétricos tendem a ter um custo inicial mais elevado do que os veículos a combustão devido ao custo das baterias e da tecnologia associada. Apesar das economias a longo prazo em combustível e manutenção, o custo inicial pode ser uma barreira para alguns consumidores.
- Dependência da Rede Elétrica: Veículos elétricos dependem da disponibilidade de eletricidade para carregar as suas baterias, o que pode ser um problema em caso de falhas de energia ou em áreas remotas com acesso limitado à rede elétrica.
Apesar das desvantagens, o aumento do investimento em infraestrutura de carregamento e o avanço contínuo da tecnologia de baterias estão a tornar os veículos elétricos uma opção cada vez mais viável e atrativa para os consumidores em todo o mundo.
Em Portugal também tem sido uma opção crescente, mas há diferenças que contrastam com a maioria dos restantes países europeus. Só é, até agora, uma boa opção ter uma viatura eléctrica em Portugal para quem puder fazer os carregamentos em casa. O mesmo acontece globalmente nos restantes países, mas com menos taxas e “taxinhas” e “menos carregadores de rua avariados ou desligados”, esta é a percepção geral passada pelos automobilistas portugueses residentes no país ou fora dele.
A indignação partilhada esta quinta-feira por Renato F. nas redes sociais é mais um testemunho dessa realidade. No caso em concreto, Renato F. diz estar “indignado com o que as operadoras andam a fazer”. No mês de janeiro ficou sem sítio para carregar o carro em casa e teve de carregar fora de casa. Dos cerca dois mil quilómetros percorridos no mês passado, “veio uma fatura de 400 euros”. Dito isto, para Renato F., a alternativa de carregamentos fora de casa “é destruir silenciosamente a ideia do carro eléctrico”.
“Como referi, eu sempre carrego em casa, mas foi a primeira vez que não tive essa oportunidade. Não escolhia os locais, carregava onde dava e penso que é assim que tem de ser”. No entanto, “não há muita escolha”, lamenta.
Diariamente, acumulam-se razões de queixa dos automobilistas que circulam em território português.
O lamento de João F. O., publicado esta madrugada de sexta-feira na página Tesla Club Portugal, é mais um de tantos outros testemunhos sobre as dificuldades em ter um carro elétrico no nosso país. No caso em apreço, refere-se a Lisboa, que destoa com as restantes capitais da Europa
“Hoje [esta quinta-feira] tive de vir dormir à capital. Pensei que facilmente deixaria o carro a carregar em algum posto de rua, quando me deparei com uma realidade do século XX”, começa por desabafar João F. O., salientando que “os muito poucos existentes tinham carros a carregar. O único disponível não aceitava a app da via verde. Enfim, um atraso de vida”.
Em plena capital portuguesa, a solução encontrada por João F. O. é ir, esta sexta-feira, para o aeroporto. “O carro vai ficar estacionado com 10% [de bateria] e no domingo à noite vou tentar solucionar o problema com uma viagem de um hora por fazer”.
A verdade é que carregar a sua viatura eléctrica em plena capital portuguesa pode ser um “pesadelo” pela falta o carregadores ultra-rápidos e a preços acessíveis.
Independentemente da experiência de cada um, há uma verdade comum entre possui uma viatura elétrica, sobretudo em Portugal. Carregar fora de casa tem que ser o mínimo tempo possível e com o carregador adequado ao carro para não desperdiçar tempo. Idealmente até ao máximo de 80%, já que a curva de carregamento desacelera a partir daí. Isto, se o carregador de rua não estiver avariado ou desligado.
A vantagem da TESLA
Os supercarregadores de veículos elétricos da Tesla, porém, demonstram ser o produto mais inteligente e estratégico de todos, a nível mundial.
Uma das vantagens dos carros da Tesla é poderem usar de forma exclusiva a sua rede de carregadores, os superchargers, sem taxas e “taxinhas”. Espalhados por muitos locais, permitem carregar de forma mais rápida estes carros.
Apesar de o número de superchargers estar a aumentar bastante em toda a Europa, no nosso país a rede de carregamentos da Tesla não tem crescido.
Portugal não tem seguido a tendência de crescimento de pontos de carregamento Tesla como tem acontecido em todos os 30 países europeus em que a marca está representada. A contrastar com os restantes países, a Tesla está impedida de abrir mais pontos de carga devido à nossa regulamentação nacional. Nos restantes países da Europa abrem mensalmente superchargers da Tesla, só no país vizinho, Espanha, o construtor norte-americano inaugura novas estações praticamente todos os meses.
Leia também: Especialistas recomendam estes 8 cuidados ao conduzir após os 60 anos