A indústria automóvel europeia vive um momento de viragem. Entre as metas ambientais, a pressão tecnológica e a concorrência asiática, o setor enfrenta o desafio de reinventar-se sem perder o peso económico que sempre teve. A mensagem de Bruxelas é clara: a União Europeia está pronta para apoiar o setor e quer garantir que o “carro do futuro” seja feito na Europa.
Durante a Italian Tech Week, em Turim, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, destacou a importância estratégica da indústria automóvel e prometeu medidas concretas de apoio à inovação. “Estamos prontos para apoiar a indústria automóvel a desenvolver modelos inovadores, que sejam fabricados na Europa e para as estradas europeias”, afirmou.
“O futuro dos carros deve ser europeu”
De acordo com o Notícias ao Minuto, a dirigente europeia sublinhou que “a indústria automóvel é um orgulho europeu” e que as novas tecnologias podem “salvar empregos e trazer uma lufada de ar fresco ao setor”. A aposta, explicou, deve passar por veículos mais sustentáveis e inteligentes, produzidos com tecnologia e mão de obra europeia.
Von der Leyen reforçou ainda que o continente precisa de acelerar a transição para a mobilidade elétrica e para a condução autónoma, duas áreas que considera fundamentais para o futuro da economia e da segurança rodoviária.
Um setor em transição
O setor automóvel representa milhões de empregos e uma fatia significativa do PIB europeu. No entanto, enfrenta uma dupla pressão: a redução das emissões poluentes e a crescente concorrência da China, que tem vindo a dominar o mercado dos veículos elétricos de baixo custo.
Segundo a mesma fonte, Von der Leyen alertou que “a Europa não pode permitir que outros conquistem este mercado”, apelando à criação de um ‘E-car’ europeu: um modelo elétrico acessível e sustentável que garanta a competitividade do bloco comunitário.
O recado à China
A líder da Comissão Europeia já tinha deixado um aviso em setembro, durante o discurso sobre o Estado da União, onde defendeu a necessidade de “investigar os subsídios chineses à indústria automóvel elétrica”. O objetivo, segundo Von der Leyen, é “proteger a produção europeia e assegurar condições de concorrência justas”.
Na conferência em Itália, a presidente voltou a insistir na mesma ideia: “O futuro dos carros e os carros do futuro têm de ser produzidos aqui, na Europa. Esse tem de ser o nosso objetivo”.
Uma nova fase para o automóvel europeu
As palavras de Von der Leyen refletem o compromisso da União Europeia em manter a indústria automóvel como um pilar central da economia europeia, mas adaptada aos novos tempos: mais verde, mais digital e mais autónoma.
Enquanto isso, fabricantes europeus como Volkswagen, Stellantis e Renault já estão a ajustar estratégias, acelerando a produção de veículos elétricos e o desenvolvimento de tecnologias de condução inteligente.
A mensagem de Bruxelas é simples: a Europa quer liderar a mobilidade do futuro, e não apenas seguir o ritmo imposto pelos outros.
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