Os radares de velocidade média chegaram às estradas portuguesas em 2023 e continuam a suscitar dúvidas entre os condutores. Atualmente, há 25 destes dispositivos em funcionamento no país. De acordo com o tenente-coronel Pedro Ares, citado pela ZAP, o objetivo destes radares é “garantir o cumprimento da velocidade em extensões maiores do troço rodoviário”, uma vez que os acidentes não ocorrem sempre num único ponto, mas ao longo de um percurso.
A implementação destes radares na ponte trouxe mudanças significativas. Segundo dados da Revista ACP, entre junho e outubro de 2024, os dispositivos monitorizaram cerca de 7 milhões de veículos, resultando em 787 autos por excesso de velocidade. O impacto tem sido positivo, reduzindo de forma expressiva o número de acidentes, especialmente os mais graves.
Além dos dois radares na Ponte Vasco da Gama, existem outros 23 dispositivos espalhados pelo país, integrados no Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), gerido pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Diferente dos radares convencionais, que medem a velocidade instantânea, estes equipamentos calculam o tempo que um veículo demora a percorrer um determinado troço, verificando se excedeu o limite permitido.
Apesar da sua utilidade na prevenção de acidentes, os radares de velocidade média ainda geram algumas incertezas entre os condutores. Um dos aspetos mais questionados prende-se com a falta de sinalização do fim da zona controlada. O sinal H42 indica o início da medição, mas não há qualquer indicação para o seu término.
Pedro Ares reconhece esta lacuna e afirma que, no momento da instalação da sinalização, não foi prevista a colocação de um sinal para indicar o fim do controlo. Segundo o oficial da GNR, esta questão deverá ser esclarecida pela ANSR, entidade responsável pela gestão do sistema, que até ao momento não deu qualquer explicação sobre o assunto.
Enquanto essa clarificação não acontece, os condutores dispõem de algumas estratégias para identificar as zonas vigiadas por estes radares. Uma delas é observar as câmaras instaladas na estrada, que podem dar pistas sobre o início e o fim do controlo.
Outra opção é consultar o site Radares à Vista, da ANSR, onde são divulgadas informações sobre a localização dos dispositivos de controlo de velocidade. Apesar de ser um recurso útil, nem sempre contém informação em tempo real sobre todos os radares em funcionamento.
Aplicações móveis como o Waze também podem ser aliadas dos condutores, pois indicam os pontos onde estão instalados os radares e alertam para os limites de velocidade em cada troço.
No entanto, confiar exclusivamente nestas ferramentas pode não ser suficiente, pois a localização dos radares pode ser atualizada ou alterada sem aviso prévio.
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