Nos últimos tempos, tem-se verificado uma onda de burlas relacionadas com falsos acidentes de viação em Portugal. As autoridades estão atentas a este fenómeno, que tem vitimado sobretudo pessoas mais vulneráveis, como idosos.
Como funciona esta onda de burlas?
Os burlões recorrem a estratégias cada vez mais sofisticadas para enganar as vítimas. Normalmente, simulam pequenos acidentes de trânsito e exigem que a outra parte assuma os prejuízos no local, evitando o contacto com as autoridades.
Para tornar a situação credível, muitos destes burlões chegam mesmo a provocar danos na própria viatura. Apresentam riscos ou amolgadelas e acusam a vítima de ser responsável pelo sucedido.
O tom intimidatório é uma das principais características desta burla. O objetivo é pressionar a vítima para que aceite um acordo rápido e pague pelos danos, sem questionar a situação. Em alguns casos, os burlões propõem um valor mais baixo do que o suposto prejuízo, fazendo parecer que estão a ajudar. No entanto, trata-se apenas de uma forma de tornar a fraude mais convincente.
Locais mais comuns para estas burlas
As vítimas são frequentemente levadas a caixas multibanco para levantar dinheiro. A pressão psicológica e o receio de represálias fazem com que muitas pessoas cedam e entreguem quantias consideráveis.
Grande parte desta onda de burlas ocorre em parques de estacionamento de grandes superfícies comerciais e em postos de abastecimento. No entanto, também já foram registados casos em zonas mais isoladas.
Aumento dos casos em Portugal
A GNR e a PSP têm alertado para este tipo de crime. Em 2024, a GNR registou 34 queixas de burlas relacionadas com falsos acidentes, enquanto a PSP registou 43 casos apenas nos primeiros meses de 2025.
Segundo o ACP, os distritos mais afetados por este tipo de burla têm sido Lisboa, Santarém, Aveiro e Setúbal, onde se verificou um aumento significativo de ocorrências.
Relacionados: GNR reforça fiscalização no Algarve e detém 66 pessoas numa semana
Como reagir se for abordado?
As autoridades aconselham os condutores a manterem a calma e a não cederem à pressão. Sempre que houver dúvidas sobre um alegado acidente, deve-se insistir para que sejam chamadas as autoridades. Em situações de suspeita, é importante não realizar qualquer pagamento imediato e evitar deslocar-se a um local isolado ou a uma caixa multibanco acompanhado por desconhecidos.
O que fazer se for vítima?
Quem for vítima deste tipo de burlas deve apresentar queixa às autoridades o mais rápido possível. Quanto mais informações forem fornecidas, maior será a probabilidade de identificar os burlões e evitar novos crimes.
Entre os dados importantes a registar estão a descrição dos suspeitos, a matrícula da viatura utilizada e o local onde ocorreu a abordagem.
Prevenção e medidas das autoridades
Com o aumento destes esquemas, é fundamental que os condutores estejam informados e atentos a qualquer comportamento suspeito. A prevenção e a rápida comunicação com as autoridades são as melhores formas de combater este tipo de crime.
A GNR e a PSP reforçaram a vigilância em zonas mais afetadas e continuam a sensibilizar a população para esta realidade. A colaboração das vítimas e a partilha de informação são essenciais para travar esta onda de burlas.
Leia também: Reforma por invalidez: saiba quem tem direito e como pode pedir