Os automóveis vendidos em Portugal registam a maior percentagem de recolhas obrigatórias na Europa, sempre que são identificados problemas de fabrico. Estas situações podem envolver componentes essenciais, levando as marcas a contactar os proprietários para uma intervenção nas viaturas. No entanto, muitos condutores desconhecem ou ignoram estas chamadas, deixando em circulação o veículo com possíveis falhas de segurança.
O que são as campanhas de recolha?
Certamente haverá leitores que já passaram por uma situação destas: uma recolha obrigatória de um determinado modelo de carro. De acordo com a ZAP, a marca notifica o proprietário de que existe um defeito de fábrica e que é necessário levar o veículo à oficina para ser reparado sem custos.
Principais defeitos identificados
Airbags, cintos de segurança, travões e sistemas elétricos estão entre as falhas mais comuns. Nos últimos anos, os problemas de software têm sido cada vez mais frequentes, acompanhando a evolução tecnológica dos veículos.
O impacto da tecnologia na segurança automóvel
Os carros modernos contam com uma maior quantidade de componentes eletrónicos, o que aumenta a complexidade dos sistemas. Como resultado, as campanhas de recolha tornaram-se mais regulares, de forma a garantir que os veículos cumprem os padrões de segurança exigidos.
A obrigação dos fabricantes
Sempre que um defeito compromete a segurança dos ocupantes, os fabricantes são obrigados por lei a recolher os veículos afetados e a realizar as reparações necessárias. Este processo evita acidentes graves e aumenta a confiança dos consumidores nas marcas.
Portugal lidera as estatísticas de recolhas
Os dados da carVertical indicam que 18,2% dos automóveis em Portugal foram alvo de pelo menos uma campanha de recolha. Este é o valor mais elevado da Europa, demonstrando que os condutores portugueses estão mais expostos a defeitos de fabrico.
O que acontece aos carros chamados para recolha?
Apenas 38% dos veículos afetados foram realmente levados à oficina e reparados. A maioria continua a circular com problemas por resolver ou em situação desconhecida, uma vez que muitos proprietários ignoram os avisos das marcas.
Comparação com outros países europeus
Depois de Portugal, a Grécia apresenta a segunda maior percentagem de carros recolhidos, com 17,6%. Espanha (14,5%), Bulgária (13,9%) e Alemanha (11,5%) completam a lista dos países com mais recalls. No extremo oposto, o Reino Unido (3,1%) e a Bélgica (3,1%) registam os valores mais baixos, juntamente com os EUA (3,2%).
A importância da informação aos condutores
Muitos automobilistas desconhecem que o seu carro pode estar incluído numa campanha de recolha. As marcas costumam notificar os proprietários através de cartas ou emails, mas nem sempre esta informação chega aos destinatários ou é levada a sério.
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O perigo de ignorar um recall
Deixar um problema por resolver pode ter consequências graves. Falhas em componentes como os airbags já provocaram mortes em vários países, demonstrando que estas campanhas são essenciais para a segurança rodoviária.
Como saber se o seu carro foi chamado para recall?
Para verificar se um veículo tem alguma campanha de recolha ativa, os condutores podem consultar os sites das marcas ou plataformas especializadas que disponibilizam essa informação gratuitamente. O ideal é agir rapidamente para garantir a segurança do veículo e dos passageiros.
Os desafios para o futuro
Com o avanço da eletrificação e dos sistemas autónomos, espera-se que as campanhas de recolha continuem a aumentar. A complexidade dos novos modelos exige um controlo de qualidade ainda mais rigoroso para evitar falhas graves.
O que podem fazer os fabricantes?
As marcas devem investir em processos de fabrico mais precisos e em tecnologias que permitam a deteção precoce de defeitos. Além disso, é essencial melhorar a comunicação com os condutores para garantir que as reparações são efetuadas rapidamente.
Apesar da existência de mecanismos para corrigir os defeitos, muitos veículos continuam a circular sem reparação. Informar os condutores e garantir que as campanhas de recolha são eficazes deve ser uma prioridade para toda a indústria automóvel.
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