Desde a implementação do sistema de carta por pontos em 2016, os condutores em Portugal têm de lidar com um esquema de penalizações que pode resultar na perda significativa de pontos pela violação de normas do Código da Estrada. Embora este modelo traga a possibilidade de recuperar pontos, é crucial estar atento às infrações que acarretam as maiores penalizações, sendo que algumas podem comprometer seriamente a manutenção da licença de condução. Este artigo conta com a colaboração do Motor24.
A cada condutor são atribuídos 12 pontos no início, com a possibilidade de acumular até 15, desde que se mantenha um comportamento rodoviário exemplar. No entanto, a gravidade de certas infrações pode rapidamente reduzir esse saldo. Entre as infrações mais penalizadoras, destacam-se três em particular.
Uma das infrações mais graves e, lamentavelmente, mais comuns nas estradas portuguesas, é a condução sob o efeito de álcool. Este comportamento perigoso pode não só colocar a vida do condutor e de terceiros em risco, mas também implicar uma perda considerável de pontos na carta de condução. Dependendo da taxa de álcool no sangue registada, um condutor pode perder até 6 pontos. Além disso, estão previstas coimas avultadas e, em casos mais graves, sanções acessórias, como a suspensão da carta.
A legislação é clara: conduzir com uma taxa de alcoolemia igual ou superior a 0,5 g/l é já motivo para sanção, e quanto mais elevada a taxa, maior é a penalização. Em situações de alcoolemia muito elevada, o condutor pode enfrentar até processos-crime, resultando em consequências jurídicas severas.
Imediatamente a seguir no ranking das infrações mais penalizadoras está a condução sob a influência de substâncias psicotrópicas. Esta infração, também classificada como muito grave, resulta na perda de 5 pontos na carta. A condução sob efeito de drogas é um perigo real para a segurança rodoviária, afetando a capacidade de reação e decisão dos condutores, sendo tratada com o mesmo rigor que a condução sob o efeito de álcool.
As autoridades intensificaram a fiscalização nestes casos, com testes regulares em operações stop. Além da perda de pontos, os condutores apanhados sob a influência de substâncias ilícitas enfrentam igualmente coimas e sanções adicionais, incluindo a inibição de conduzir.
No terceiro lugar das infrações que mais pontos retiram na carta de condução estão duas violações que, à primeira vista, podem parecer menos graves, mas que continuam a constituir riscos sérios nas estradas. Não parar num sinal de stop ou avançar num semáforo vermelho são infrações graves que resultam na perda de 4 pontos na carta.
Estas regras, que parecem básicas para qualquer condutor, visam evitar situações de colisões em cruzamentos ou em vias movimentadas. Ao não respeitar um sinal de stop ou semáforo, o condutor põe em risco não só a sua segurança, mas também a dos outros utilizadores da via.
Como funciona o sistema de recuperação de pontos
Se, por um lado, os condutores podem perder pontos de forma rápida através destas infrações, o sistema em vigor desde 2016 prevê também a possibilidade de recuperação. De acordo com a lei, a cada período de três anos sem que o condutor cometa contraordenações graves, muito graves, ou crimes de natureza rodoviária, são atribuídos automaticamente três pontos. Contudo, o limite máximo de pontos que um condutor pode acumular é de 15.
Em casos de infrações mais leves, também é possível recuperar pontos frequentando ações de formação rodoviária. Estas ações têm como objetivo educar e sensibilizar os condutores para comportamentos mais seguros, proporcionando uma oportunidade de redenção antes que a carta de condução seja completamente suspensa.
A implementação do sistema de carta por pontos na carta de condução trouxe uma nova camada de responsabilidade para os condutores portugueses. A perda de pontos pode ser rápida, mas a recuperação exige um comportamento exemplar ao longo de vários anos. Assim, é crucial que todos os utilizadores da estrada estejam conscientes das infrações mais penalizadoras e façam um esforço consciente para evitá-las.
Com o aumento da fiscalização e a modernização das infraestruturas de segurança rodoviária, o objetivo é claro: reduzir o número de acidentes e garantir que as estradas em Portugal são seguras para todos.
Leia também: A praia espanhola mais próxima do Algarve, um pequeno paraíso aqui ao lado