As últimas análises às inspeções automóveis estão a gerar debate na Europa, depois de um relatório extensivo demonstrar que alguns modelos continuam a mostrar uma fiabilidade acima da média, enquanto outros somam falhas que preocupam especialistas e organismos de segurança rodoviária. De acordo com o Notícias ao Minuto, o estudo coordenado pela Associação Alemã para a Inspeção Técnica, conhecida como TÜV, avaliou cerca de 9,5 milhões de inspeções entre julho de 2024 e junho deste ano e identificou um carro muito particular como o que menos falha: o Mazda 2.
O campeão da fiabilidade
Segundo a publicação, entre carros com dois a três anos de circulação, apenas 2,9 por cento das unidades do Mazda 2 apresentaram falhas consideradas significativas.
O diretor de gestão da TÜV explicou que este modelo nipónico não só sobressai na juventude, como mantém um desempenho sólido à medida que envelhece, uma tendência pouco comum num mercado onde os defeitos se tornam mais frequentes com o tempo. Este resultado destaca o modelo como um verdadeiro candidato ao título de carro para a vida, tendo em conta os padrões exigentes da inspeção alemã.
Quando a idade pesa mais do que a marca
O estudo mostra também que a idade do veículo é um fator determinante na inspeção. Cerca de um em cada dez carros com cinco anos é reprovado, uma proporção que sobe para quase um em cada três quando as viaturas ultrapassam os quinze anos.
Ainda de acordo com o Notícias ao Minuto, os inspetores identificaram fugas nas linhas de travões, anomalias na direção, falhas na suspensão e problemas no sistema de iluminação entre as causas mais frequentes de rejeição.
A TÜV alerta que, no total, cerca de 12 mil veículos avaliados foram classificados como inseguros para circular, sendo que a esmagadora maioria já tinha mais de uma década de uso.
O lado menos brilhante: os modelos que mais falham
Entre os automóveis elétricos, os resultados também foram reveladores. Segundo a mesma fonte, o Tesla Model Y registou um rácio de defeitos de 17,3 por cento entre os modelos com dois a três anos, ficando no extremo inferior da tabela.
As falhas mais comuns surgiram nos sistemas de travagem, nas suspensões e na iluminação. A TÜV sublinha que o elevado peso das baterias e o menor uso dos travões devido à regeneração podem explicar parte dos problemas detetados.
No extremo oposto do ranking surgem modelos como o Mini Cooper SE ou o Audi Q4 e-tron, ambos com taxas de falhas muito inferiores e mais próximas das expectativas do segmento premium.
Como evitar surpresas na inspeção
Para os condutores portugueses, os dados servem de aviso. O ACP lembra que muitas das reprovações poderiam ser evitadas com manutenção preventiva, desde a substituição de lâmpadas e escovas até à verificação da direção, suspensão, pneus e travões.
O Notícias ao Minuto recorda que problemas tão simples como a falta de limpeza do veículo, matrícula ilegível ou documentação incompleta podem ditar chumbo imediato.
Além disso, há falhas recorrentes que passam despercebidas a muitos proprietários antes da inspeção. Entre elas incluem-se pequenos desalinhamentos, perdas de óleo, anomalias nos gases de escape e avarias no equipamento eletrónico.
Um retrato que também interessa a Portugal
Embora o relatório diga respeito à Alemanha, é visto como um barómetro para tendências europeias. O desempenho dos modelos analisados, sobretudo aqueles com maior presença em Portugal, pode antecipar comportamentos semelhantes nas inspeções nacionais, já que os critérios técnicos são comparáveis.
A fiabilidade continua a ser um fator decisivo para quem pondera adquirir um veículo duradouro. E, se depender dos dados mais recentes, o carro Mazda 2 destaca-se como uma escolha sólida para passar na inspeção, enquanto vários modelos elétricos ainda enfrentam desafios no envelhecimento dos seus componentes.
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