Um mês depois do início da guerra, 45% dos ucranianos estão preocupados em encontrar comida suficiente para sobreviver, alertou esta sexta-feira o Programa Alimentar Mundial (PAM).
“Os alimentos são uma das principais preocupações do povo ucraniano, a par da segurança e do combustível”, afirmou o porta-voz do PAM, Tomson Phiri, em conferência de imprensa.
Segundo o mesmo responsável, um em cada cinco ucranianos tomou medidas para fazer face à escassez de comida.
Phiri atribuiu a crise alimentar aos problemas de acesso a ajuda humanitária em zonas do país mais afetadas pelo conflito.
“A cadeia de abastecimentos está quebrada, os sistemas que atualmente alimentam dezenas de milhões de pessoas presas na Ucrânia desmoronam-se: os camiões e comboios foram destruídos, ao mesmo tempo que as pontes e aeroportos, e os armazéns e supermercados estão vazios”, advertiu o porta-voz.
MARIUPOL COM RESERVAS DE ÁGUA E ALIMENTOS A ESGOTAREM
Em Mariupol, uma das zonas mais afetadas pelo conflito, as reservas de água e alimentos estão a esgotar-se e os comboios humanitários não conseguem chegar à cidade, desde que foi cercada, indicou Phiri.
O PMA, que prevê prestar assistência alimentar a 2,4 milhões de ucranianos no próximo mês, conseguiu aceder a cidades “parcialmente sitiadas” como Járkov, Kiev, Odessa, Dnipro e Sumy, onde repartiu paletes de alimentos de primeira necessidade, como pão e água, e refeições preparadas para consumo imediato.
Na capital distribuiu barras energéticas suficientes para abastecer 30.000 pessoas durante cinco dias, enquanto em Jarkov, o PMA distribuiu 250.000 embalagens de pão.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL, com Lusa