De uma conversa com Pedro Veiga, considerado um dos “pais” da internet em Portugal e ex-coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança, a propósito da iliteracia digital e sobre como a utilização pouco precavida das ferramentas tecnológicas pode abrir a porta ao cibercrime, surgiu um guia de boas práticas que devem ser instaladas no quotidiano de quem se move no mundo digital.
Eis os dez mandamentos de Pedro Veiga:
- “Só ler e-mails de origens fidedignas. A fonte tem de ser identificada. Se aparece um e-mail que a pessoa não reconhece a origem, deve apagá-lo simplesmente. É preciso ter um cuidado extremo para não abrir anexos e não carregar em links. Se receber um e-mail do banco a dizer que as suas credenciais expiraram e que é preciso clicar em alguma coisa, não deve fazer isso.”
- “Nunca utilizar o e-mail de trabalho para fins pessoais, como fazer registo em sites de comércio eletrónico. Usem contas pessoais para esse efeito.”
- “Não visitar sites que apresentem ofertas fantásticas ou conteúdos pensados para o clickbait. Não se sintam atraídos por isso, pode ser uma armadilha.”
- “Uma password é como uma escova de dentes: não se partilha e deve ser trocada regularmente. Ninguém dá a sua escova a outra pessoa para lavar os dentes. Da mesma forma que também se deve mudar de escova quando começa a ficar gasta. O mesmo tem de ser feito com as passwords.”
- “Não instalar aplicações de origem desconhecida ou que levantem suspeitas nos smartphones.”
- “As aplicações mais antigas, que já não são utilizadas, devem ser apagadas.”
- “Instalar frequentemente as atualizações mais recentes das aplicações e do sistema operativo. Quando os fabricantes divulgam atualizações de segurança é porque detetaram falhas nas versões mais antigas.”
- “Fazer com grande frequência cópias de segurança dos seus equipamentos, caso seja necessário recuperar dados perdidos.”
- “Desconfiar sempre de uma pen oferecida. Não as insira no computador.”
- “Usar autenticação de múltiplos fatores. Baseia-se em três princípios: algo que eu sei, algo que eu tenho e algo que eu sou. Algo que só a pessoa sabe é a password. Algo que só a pessoa tem é, por exemplo, um computador ou um smartphone para onde será enviado um código de 4 a 8 dígitos para autenticar o acesso. Os sistemas mais avançados usam, pelo menos, dois fatores para fazer a autenticação dos utilizadores. Há ainda um terceiro fator que pode ser pedido, que vai ao encontro do que a pessoa é: consiste nos sistemas que utilizam o reconhecimento facial ou a leitura da impressão digital.”
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL