Aconteceu esta sexta-feira. Vários murais e edifícios de Lisboa foram vandalizados, com mensagens que evocavam o ódio racial. Esta semana, também a estátua do Padre António Vieira já sofreu com os atos ilegais, que demonstram a revolta dos autores.
Entre os murais vandalizados, está o dedicado a José de Carvalho, após a comemoração dos 30 anos da sua morte.
Em Loures, no Centro de Acolhimento para Refugiados da Bobadela, foram realizados atos de destruição do património, como refere Fabian Figueiredo, no seu Facebook. O deputado do Bloco de Esquerda escreveu uma longa mensagem, afirmando que também a sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, foi alvo de vandalismo.
Nos Olivais, a parede da Escola Eça de Queiroz sofreu também com atos de vandalismo e mensagem que incitam ao ódio e à violência. A denúncia foi feita no Twitter de Ricardo Moreira, deputado também do Bloco de Esquerda.
A propósito de algumas das mensagens, o Conselho Português para os Refugiados já se manifestou. Numa mensagem clara, demonstra que o conselho “manifesta sua preocupação e repudia veementemente qualquer atitude de violência e de ódio na sociedade portuguesa”.
As mensagens, diziam, entre outras frases: “A Europa aos Europeus“, “Morte aos Refugiados“, “Árabes e Pretos fora“, “Portugal é Branco” e “Fora com os Pretos“.
Na sequência da morte de George Floyd, vários países realizaram manifestações contra o racismo. Em Portugal, vários locais apelaram também à igualdade racial, incluindo em Faro. Contudo, opiniões diferentes emergiram e uma parte da população ficou revoltada, considerando as manifestações “exageradas” e criticando o facto de Lisboa se ter juntado para protestar em plena pandemia.
Depois de várias polémicas, incluindo algumas que incitavam o ódio a policiais, protestos contra refugiados e negros começaram a surgir em Lisboa. A estátua do Padre António Vieira foi pintada e escrita a palavra “descolonizar”.