Nesta pequena aldeia, uma jovem médica decidiu fazer a diferença. Sem acesso regular a consultas médicas ou médico de família, muitos habitantes estavam há meses sem acompanhamento de saúde. A criação de um serviço de consultas na Junta de Freguesia veio responder a esta necessidade.
Consultas a preços acessíveis
De acordo com a Zap, a iniciativa, que começou há cerca de um ano na aldeia de Lombos, distrito de Bragança, tem permitido que dezenas de moradores tenham acesso a consultas de medicina geral e familiar. Os custos são reduzidos: a Junta de Freguesia cobre uma parte do valor e os utentes pagam apenas cinco euros por consulta. Para muitos, esta alternativa revelou-se essencial para obterem receitas médicas e realizarem exames.
O conforto de ser tratado por alguém da terra
O facto da médica, Mariana Rodrigues, ser natural da região tem sido um fator determinante para o sucesso do projeto. Os habitantes sentem-se mais à vontade e confiam nos cuidados prestados. Além disso, evitam deslocações longas e cansativas até aos centros de saúde e hospitais mais próximos.
Dificuldades no acesso aos hospitais
A distância até aos hospitais mais próximos é um grande obstáculo para a população. Com transportes públicos reduzidos, muitas pessoas não conseguem deslocar-se facilmente para receber cuidados de saúde. Esta realidade torna ainda mais importante a presença de um serviço médico na aldeia.
Uma vocação que faz a diferença
A médica de 28 anos está a acabar a especialidade em Medicina Geral e Familiar e vê este projeto como uma oportunidade única. O contacto próximo com os pacientes e a possibilidade de acompanhar os seus problemas de saúde ao longo do tempo são fatores que a motivam a continuar.
Formação e desafios da medicina familiar
Apesar da localização afastada dos grandes centros urbanos, a médica acredita que a qualidade da formação não é afetada. Pelo contrário, considera que trabalhar numa zona rural proporciona desafios que enriquecem a experiência profissional. Ainda assim, admite que a carga burocrática e o número elevado de horas de trabalho podem ser desmotivadores.
Um futuro na região
A sua intenção é permanecer na região e continuar a apoiar as comunidades locais. Acredita que a medicina de proximidade é fundamental e espera que outros colegas sigam o seu exemplo. Para esta, exercer nesta aldeia não é apenas um trabalho, mas uma missão.
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Falta de médicos de família continua a ser um problema
Os dados mais recentes revelam que milhares de utentes continuam sem médico de família atribuído na região. A falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde tem sido um problema recorrente, afetando especialmente as populações do interior do país.
O papel das autarquias na saúde local
Perante a escassez de médico de família, algumas autarquias têm procurado soluções para minimizar os impactos na vida dos cidadãos. A colaboração entre municípios e profissionais de saúde pode ser uma alternativa viável para garantir o acesso a cuidados médicos básicos.
O desafio do transporte público
A falta de transportes públicos agrava a situação, dificultando ainda mais o acesso a hospitais e centros de saúde. Durante o verão, a situação torna-se ainda mais complicada, com menos ligações disponíveis para a população.
Um modelo que pode inspirar outras regiões
A solução encontrada nesta aldeia pode servir de exemplo para outras localidades que enfrentam desafios semelhantes. Criar pontos de atendimento médico descentralizados pode ser uma forma eficaz de garantir cuidados de saúde a quem vive longe dos grandes centros urbanos.
A importância da proximidade no atendimento
Muitos dos habitantes valorizam o facto de serem atendidos por alguém que compreende a sua realidade. Este fator tem um impacto positivo no acompanhamento médico e na adesão aos tratamentos.
Medicina familiar: uma especialidade essencial
A medicina geral e familiar desempenha um papel fundamental no acompanhamento das populações, especialmente em zonas rurais. No entanto, a falta de investimento e de condições de trabalho pode afastar jovens médicos destas regiões.
Uma especialidade que continua a valer a pena
Apesar dos desafios, a jovem médica acredita que a sua escolha profissional continua a ser válida. “Ainda acredito que valha a pena. É uma especialidade muito bonita, isso sem dúvida”, conclui Mariana Rodrigues, reforçando a sua vontade de continuar a exercer numa zona onde a sua presença faz toda a diferença.
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