A proposta de criação da Reserva Natural da Lagoa dos Salgados, que inclui as zonas húmidas, as dunas e as zonas agrícolas entre a ribeira de Espiche e a ribeira de Alcantarilha, esteve em consulta pública até ao final na semana passada.
“Esta proposta para a criação da primeira reserva natural do século XXI foi objeto de uma ampla discussão, a qual incluiu uma sessão de esclarecimento, tendo recebido um número recorde de participações – mais de 800 – tendo merecido um amplo apoio da população de Silves, do Algarve, do país e de várias organizações internacionais”, salienta a Associação Almargem em comunicado.
A Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve acrescenta que “ao apoio do Município de Silves, a esta reserva natural, juntaram-se as declarações de dezenas de empresas associadas à hotelaria e turismo de natureza nacionais e estrangeiras, bem como muitas Organizações Não-Governamentais de Ambiente locais e nacionais, que apresentaram o seu parecer positivo juntamente com 32 organizações estrangeiras dedicadas à proteção das aves migradoras, desde o Ártico até à África do Sul”.
Neste sentido, estas associações/entidades consideram que a tipologia de Área Protegida (AP) adotada na proposta – a de Reserva Natural de âmbito nacional – é a adequada, tendo em conta a relevância dos valores naturais presentes, bem como o seu carácter eminentemente supra-regional.
Esta classificação conferirá um estatuto de proteção legal a umas das últimas áreas do litoral algarvio ainda com pouca edificação e presença humana, e também a uma das raras paisagens do litoral central do Algarve constituídas por áreas de pastagens em antigos pomares de sequeiro, e áreas com coberto vegetal conferindo valor social e cénico acrescentado à área.
De igual forma, as mesmas acreditam que “a criação da futura Reserva Natural da Lagoa dos Salgados constitui uma evidente mais-valia económica e social para o Município de Silves, mas também para os municípios em redor, nomeadamente para a atividade turística em Silves, Albufeira e do Algarve, na medida em que constitui um fator diferenciador, centrado no Turismo de Natureza, um produto turístico de qualidade e de elevado valor acrescentado, e não sazonal (gerador de emprego estável durante todo o ano), o qual vem sendo objeto de uma crescente procura, e que se traduz numa elevada taxa de ocupação”.
A Almargem recorda a este propósito que “a área é atualmente incluída na campanha promocional e no plano de atividades da Região Turismo do Algarve, Câmara Municipal de Silves e outras entidades públicas, assim como de dezenas de empresas de animação turística, operadores, agências de viagens nacionais e estrangeiras e unidades hoteleiras locais”.
Para este resultado contribui igualmente “o crescente interesse da população local como espaço de lazer e usufruto do contacto com a natureza, o qual apresenta um elevado nível de visitação, bem como pela função educativa e de sensibilização ambiental para as populações escolares”.
As organizações signatárias deste comunicado acreditam por isso “que proteger a Lagoa dos Salgados, classificando-a como Reserva Natural, é do interesse de todos, e como tal todos devem ser chamados a participar na sua gestão futura”.