Os eventos sísmicos registados nas últimas horas em La Palma não são um processo de intrusão magmática, mas sim a libertação de fluidos térmicos causados pelo resfriamento do magma, indicou o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan).
Nas suas redes sociais, o Involcan indicou que, desde as 19:01 de quinta-feira, a rede sísmica das Canárias registou um conjunto de eventos sísmicos de longa duração no vulcão na região de Cumbre Vieja, na ilha espanhola de La Palma.
Foram registados mais de 60 pequenos eventos, localizados a profundidades de cerca de 10 a 13 quilómetros, explicou o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias. Atribui também esses eventos sísmicos à libertação de fluidos hidrotermais causados pelo resfriamento do reservatório de magma.
O processo de intrusão leva à solidificação precoce do magma, que acontece na litosfera, transformando-o em rocha e elevando, na maioria das vezes, o terreno, explica o instituto.
A erupção do vulcão Cumbre Vieja foi até agora a mais longa de que há registo em La Palma, durou mais de três meses, destruiu cerca de 3.000 edifícios e enterrou, com lava, uma grande área de terrenos agrícolas, forçando vários milhares de pessoas a abandonar as casas onde residiam.
Não há, no entanto, qualquer registo de ferimentos ou mortes relacionadas diretamente com a erupção na ilha, habitada por 80.000 pessoas.
As Ilhas Canárias são uma comunidade autónoma de Espanha e um destino popular de férias, estando situadas entre a Região Autónoma da Madeira e a costa africana. De acordo com dados divulgados no final de novembro, a erupção aumentou em 43 hectares a ilha espanhola, com a criação de deltas de lava e fajãs que atingiram as águas do Atlântico.