Alexandre Pinto, um português que vive na Ucrânia, relata ao pormenor como se vive num país em guerra. Alexandre afirma que “há um heroísmo muito grande do povo ucraniano, que é um exemplo que muitos deviam seguir”.
O português, que neste momento está em Poltava explica à SIC que não se arrepende de não ter saído da Ucrânia.
“Os poucos lusitanos, por cá ficamos e aguentamos porque a sorte protege os audazes. Vamos ajudar quem sempre nos ajudou”.
Alexandre Pinto relata que o “estado de espírito das pessoas é bastante nervoso”.
“Desde ontem que andam a informar: ‘não apanhem nada do chão’, porque numa cidade do distrito de Sumy, passaram aviões que lançaram brinquedos, telemóveis e produtos de valor com explosivos lá dentro”.
Sobre a possível tomada de Kiev e se as tropas ucranianas estão a guardar-se para esse momento, Alexandre diz que “não tem a menor dúvida”.
“O meu cunhado está com intenções de se ir oferecer, porque todos os homens têm de servir o país. Autocarros foram parados no caminho para a fronteira e disseram: ‘diz adeus à namorada, diz adeus à tua mãe, não sejas cobarde, vai defender o teu país. E tiraram os homens todos do autocarro. Os homens com mais de 18 anos e menos de 60 não podem sair do país”.
“Em plena cidade, vieram carros militares, abriram caixas militares com metralhadoras e começaram a dar a qualquer homem que dissesse que sabia disparar. A polícia começou a ensinar civis a fazerem cocktails molotov”.
O portuhguês também critica a defesa militar, dizendo que o “sistema anti-aéreo ucraniano não é eficiente”.
Alexandre Pinto revela à SIC que “vai ser aberta uma linha telefónica para russos. Para que mães e mulheres de soldados russos que foram abatidos, que foram presos ou que estão feridos, que possam falar para cá. Para saber como estão, inclusive mandar-lhes uma mensagem de apoio. E perceber como é que podem recuperar os corpos dos seus maridos ou filhos”.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL