Depois de uma paragem na quarta-feira devido ao feriado do Dia de Defensor da Pátria, os mercados accionistas russos voltaram à negociação esta quinta-feira e refletiram os últimos desenvolvimentos militares na Ucrânia, depois de Moscovo ter começado a atacar várias cidades ucranianas na madrugada desta quinta-feira.
O principal índice acionista russo, o MOEX, que acompanha as 50 maiores empresas do país, viu ser suspensa a negociação pouco tempo depois da abertura da praça moscovita, às 4 da manhã de Lisboa. Só três horas depois voltaria à atividade normal.
A meio da manhã desta quinta-feira, o índice de referência russo perdia 24%. As ações do maior banco do país, o Sberbank, lideravam as perdas, eliminando 39% da sua capitalização de mercado, seguido do VTB Bank, o banco estatal russo, que perdia 37%.
As financeiras afundavam-se perante a ameaça de sanções que cortem efetivamente a ligação das instituições financeiras russas aos sistemas bancários internacionais, estando em cima da mesa a possibilidade radical de excluir os bancos russos do SWIFT, a rede mundial de troca de informações entre bancos.
Na energia, as empresas estatais russas estão a ser igualmente muito castigadas. A Transneft, a empresa estatal de oleodutos, perdia 28%; a petrolífera Rosneft obliterava 37%; e a Gazprom, exportadora de gás natural, dava um trambolhão de 41%.
Apesar de o Ocidente ainda não ter anunciado sanções severas em relação aos mercados energéticos – a suspensão da certificação do gasoduto Nord Stream 2 pela Alemanha foi o golpe mais duro até agora – os mercados estão claramente a descontar essa possibilidade apesar da escassez energética estar a ser um dos vectores de subida dos preços em várias economias ocidentais.