Atravessar o Guadiana através de uma ponte pedonal que será instalada sobre as águas do rio que separa Alcoutim de Sanlúcar de Guadiana é apenas o desafio mais inusitado de um festival que promete fazer rumar todos a Alcoutim durante este fim-de-semana.
A ponte sobre as águas do rio já está instalada e para ajudar à festa a Caravela Ba Esperança viajou Guadiana acima até ao Cais de Alcoutim.
A começar hoje e terminar no domingo, o evento – que conta com organização da Câmara liderada por Osvaldo Gonçalves e apoio do programa 365 Algarve – é um momento imperdível que Dália Paulo, comissária do 365 Algarve, classifica como “a maior manifestação cultural realizada nos últimos anos no interior do Algarve, quer pela sua diversidade, quer pela especificidade da temática que lhe serve de mote”.
Osvaldo Gonçalves destaca a promoção do concelho e o apoio a uma ideia pensada desde há anos
Para o presidente da Câmara de Alcoutim, “o Festival do Contrabando é mais um peça no esforço que, desde que tomei posse como autarca em Alcoutim, estamos a implementar e que aposta fortemente na promoção do concelho”.
“Este é um projecto que temos em carteira há anos e que não conseguíamos implementar por limitações orçamentais”, refere o presidente da Câmara, que viu o festival apoiado em 80% dos respectivos custos, cerca de 137 mil euros, pelo programa 365 Algarve.
Por outro lado, realça o edil, “trata-se de uma clara aposta na diversidade da oferta cultural no Baixo Guadiana, onde já temos os Dias Medievais em Castro Marim e o Festival Islâmico em Mértola”. “Apostámos em posicionar-nos de forma a oferecer algo de diferente e que terá, espero, um elevado impacto, tendo em conta a forte promoção que fizemos a nível nacional e regional”, remata.
Um festival que semeia pontes através da cultura
Para Dália Paulo, o festival surge como uma ideia carregada de simbolismos, quer pela união das duas margens do Guadiana e dos dois países ibéricos, quer pelo que a aproximação dos povos representa de importante e fundamental em tempos como os actuais, muitas vezes carregados de exemplos em que o medo do que é diferente dita posturas de menor aproximação entre povos”.
“Para mim, a cultura é uma das ferramentas fundamentais no estreitar de relações entre as várias identidades e este festival fá-lo recorrendo a uma realidade histórica que nem sempre é fácil de tratar, dada a proximidade temporal em termos históricos da realidade do contrabando e do que esta actividade significou para as populações durante a ditadura em particular”, diz a responsável.
Por outro lado, o rosto mais visível do Programa 365 Algarve realça “a característica particularmente relevante da autarquia de Alcoutim ter agendado para o início deste festival as primeiras Jornadas do Contrabando”.
“Creio que é uma óptima forma de dar início ao festival, com um evento que é, antes de mais, uma festa do conhecimento e que, agregando o saber à programação cultural, cria condições de continuidade do festival, já que a cultura se faz assente no conhecimento e se valoriza pela progressão deste”, refere Dália Paulo.
Agora que já lhe levantámos o véu sobre o muito que pode esperar, deixe de lado as preocupações com a agenda para este fim-de-semana, Alcoutim oferece teatro, poesia, circo acrobático, arruadas, música, poesia, alma, tradição e bem receber num único sítio. Abrace este desafio, atravesse o Guadiana a pé e paire sobre as águas do rio de cultura e arte que o Festival do Contrabando lhe oferece.