Um documentário que acompanha a viagem que o escritor Afonso Reis Cabral fez pela Estrada Nacional 2, numa caminhada de 24 dias ao longo de 739 quilómetros, estreia-se na quarta-feira à noite, na RTP2.
O autor de “O Meu Irmão” (Prémio Leya 2014) e de “Pão de Açúcar” (Prémio José Saramago 2019) percorreu, entre abril e maio de 2019, aquela que é a maior estrada do país e uma das maiores do mundo, de Vila Real até Faro.
Durante essa viagem, Afonso Reis Cabral cruzou montanhas e planícies, mergulhou em rios, caminhou debaixo de tempestades e sob o sol ardente, parou para conversar com quem encontrava, e no fim de cada dia publicava na sua página de Facebook um diário escrito no telemóvel relatando os principais eventos da viagem, revelou Vasco Galhardo Simões, produtor do documentário “Leva-me Contigo”, que será transmitido na RTP2, às 23:00 de dia 10 de junho.
Essas experiências foram vertidas em livro, num diário de caminho, em versão ampliada e ilustrada, editada pela D. Quixote, com o título “Leva-me Contigo. Portugal a pé pela Estrada Nacional 2”.
Depois do livro, a experiência do escritor ganha agora nova dimensão num documentário, realizado por João Pedro Félix e produzido por Vasco Galhardo Simões, que reúne filmagens inéditas do percurso e testemunhos das pessoas com quem se cruzou, bem como música original de CAIO.
Afonso Reis Cabral venceu, em 2014, o Prémio LeYa, com o romance “O Meu Irmão”, a história de um homem de 40 anos com síndrome de Down, que, com a morte dos pais, fica à guarda do bem-sucedido irmão mais velho, e todas as implicações que essa mudança acarreta para a vida de ambos.
Em 2017, foi-lhe atribuído o Prémio Europa David Mourão-Ferreira, na categoria de Promessa, e, em 2018, o Prémio Novos, na categoria de Literatura.
“Pão de Açúcar”, publicado no final de 2018, foi o seu segundo romance e arrecadou o Prémio José Saramago, em 2019.
O romance aborda um caso verídico ocorrido no Porto em 2006: o assassinato da transexual Gisberta, depois de sucessivos atos de violência e na sequência de um ataque, perpetrado por jovens entre os 12 e os 16 anos, à guarda da instituição católica Oficina de São José.