A diretora-geral da Saúde foi questionada por crianças acerca da pandemia do novo coronavírus e respondeu às suas dúvidas. As perguntas dos seis jovens que participaram no questionário, mostraram-se, no geral, muito pertinentes.
A iniciativa foi do Observador, que juntou as crianças e Graça Freitas, numa conversa descontraída e informal. As suas questões foram respondidas, mostrando que também os mais novos estão atentos ao vírus e, talvez, possam até ser exemplo para os mais velhos.
Na primeira questão, a ministra foi interrogada se, após a escola começar, as crianças podem voltar a brincar. A resposta foi “podes voltar a brincar, mas não vais brincar da mesma maneira que brincavas antes”. Graça Freitas explicou depois que é importante manter a distância social e lavar as mãos, mas que, jogar à bola, por exemplo, é uma atividade que os mais novos podem voltar a fazer.
“Acha que estamos a lidar bem com a covid-19?” foi a segunda pergunta, que levou a diretora-geral da Saúde a responder que “acho que sim, porque nós estamos a demonstrar a nossa capacidade de aprender. Já aprendemos que o vírus existe, que ele tem uma forma de entrar no nosso organismo e uma forma de nos infetar. Mas também aprendemos a defendermos e a fazer tudo para contrariar a ação deste vírus”. A ministra reconhece que “demos uma grande prova da nossa sabedoria” ao longo dos meses de pandemia.
Graça Freitas explicou, em resposta à terceira questão, que o que pode determinar que algumas pessoas se infetem mais do que outras, são os “seus comportamentos”. A questão foi feita pelo jovem, uma vez que alguns alunos (creches e 11º e 12º anos) voltaram à escola e outros não. A situação aconteceu uma vez que o “desconfinamento deve ser gradual” e nem todos podem voltar à ‘normalidade’ ao mesmo tempo, explicou.
“O vírus causa depressão?”, foi a próxima interrogação de um dos jovens. Mais uma vez, Graça Freitas respondeu de forma descontraída, mostrando que a pandemia não causa depressão mas “o medo que sentimos, ter de ficar em casa e não fazer a nossa vida normal” pode causar-nos alguma tristeza. A criança explicou depois que estava a referir-se às pessoas infetadas, ou seja, se estas ficam “mais deprimidas”. A resposta foi que “algumas pessoas tem a sorte da doença ser ligeira”. Contudo, as que vão para o “hospital podem ficar mais frágeis”.
Nas quinta e sexta perguntas, a diretora-geral da Saúde foi questionada por um jovem de cinco anos e uma menina de nove, sobre o facto de pudermos “ir ao Jumbo, ao shopping e à praia” e à escola não. Graça referiu que foi decidido que íamos voltar à normalidade de forma gradual e que “daqui a um bocadinho” as crianças iam voltar à escola. A menina perguntou porque as creches abriram e a primária não e a resposta foi mais uma vez direcionada para a abertura gradual e faseada da economia e serviços.
Em Portugal, foram registadas ontem 1.369 mortes relacionadas com a covid-19, mais 13 do que na quarta-feira, e 31.596 infetados, mais 304, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
Veja a entrevista do Observador na íntegra.