O diretor do MI6, Sir Richard Moore, lançou esta sexta-feira um sério alerta sobre a situação global, classificando o momento atual como “o mais perigoso em quatro décadas”. O responsável acusou a Rússia de liderar uma “campanha extremamente imprudente” de sabotagem na Europa, com o objetivo de enfraquecer o apoio ao esforço de resistir aos planos de Vladimir Putin de transformar a Ucrânia num “estado vassalo”. Além disso, foram destacados os riscos de um “acerto de contas” no Ocidente, à medida que potenciais terroristas se radicalizam devido ao conflito no Médio Oriente.
“Em 37 anos de carreira na área da inteligência, nunca vi o mundo num estado tão perigoso. E o impacto na Europa, o nosso lar comum, dificilmente poderia ser mais grave”, afirmou Sir Richard Moore. Segundo o mesmo, permitir que Putin consiga submeter a Ucrânia ao seu controlo terá consequências graves: “Se Putin tiver permissão para ter sucesso em reduzir a Ucrânia a um estado vassalo, ele não vai parar por aí.”
Sir Richard Moore alertou que uma vitória russa na Ucrânia comprometeria a segurança europeia e transatlântica. “Recentemente descobriu uma campanha incrivelmente imprudente de sabotagem russa na Europa, mesmo enquanto Putin e os seus aliados recorreram à ameaça nuclear para espalhar o medo e desencorajar o apoio à Ucrânia”, afirmou. O chefe do MI6 salientou ainda: “O custo de apoiar a Ucrânia é bem conhecido, mas o custo de não o fazer seria infinitamente maior. Se Putin tiver sucesso, a China analisará as implicações, a Coreia do Norte será encorajada e o Irão tornar-se-á ainda mais perigoso.”
Durante um evento que assinalou os 120 anos da Entente Cordiale — o histórico acordo diplomático entre Reino Unido e França —, Moore reforçou a necessidade de cooperação entre aliados. “A nossa segurança — britânica, francesa, europeia e transatlântica — estará comprometida”, alertando, sublinhando que a sua agência e a Direção-Geral de Segurança Externa Francesa, liderada por Nicolas Lerner, têm colaborações estreitas para mitigar os riscos e apoiar os Controles Governamentais.
“Estamos a calibrar os riscos e a informar as decisões dos nossos governos em resposta à mistura de fanfarronice e agressão de Putin”, concluiu Sir Richard Moore, citado pela Executive Digest.
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