A bandeira de Portugal é facilmente identificável pelas suas duas faixas verticais, verde e vermelha, e pelo brasão ao centro. Entre os elementos do brasão, destacam-se sete castelos que têm origem em momentos históricos marcantes do país. Segundo uma teoria, estes castelos representam as conquistas do rei Afonso III no século XIII, durante a reconquista cristã, quando vários territórios foram tomados aos mouros.
Com base nesta teoria, a revista espanhola ¡Hola! escreve que todos os castelos representados no brasão localizam-se no Algarve, região do sul de Portugal. Apesar de ser mais conhecida pelas suas praias, esta zona guarda também vestígios importantes da história militar do país. Percorrer o Algarve pode significar não só descanso à beira-mar, mas também uma viagem pelas antigas fortificações que fizeram parte da defesa do território.
Restam parte das muralhas e duas torres defensivas
O Castelo de Aljezur é uma das fortificações associadas a estas conquistas. De origem árabe, foi construído no século X e integrava o sistema defensivo de Silves. Apesar do tempo, ainda é possível observar parte das muralhas e duas torres defensivas. A vila, situada entre o mar e a serra, é também procurada pelas suas praias, como a da Arrifana e a de Odeceixe.
Em Sagres ergue-se uma fortaleza com localização estratégica, construída sobre uma península. As falésias que rodeiam a estrutura têm cerca de 80 metros de altura e oferecem uma vista alargada sobre o oceano Atlântico e o Cabo de São Vicente.
Não ficou nada da construção original
O Castelo de Albufeira, construído pelos muçulmanos no século VIII, foi conquistado por Afonso III no século XIII. No entanto, nada resta da construção original. O terramoto de 1755 causou danos irreparáveis e as pedras das muralhas foram utilizadas na construção de habitações. Albufeira continua, no entanto, a atrair muitos turistas pelas suas praias e pelo seu passado como vila piscatória.
As ruínas do Castelo de Paderne encontram-se no interior do concelho de Albufeira. Trata-se de uma fortificação do período almóada, posteriormente conquistada pelos Cavaleiros da Ordem de Santiago em 1248. No seu interior foram identificados vestígios de ocupações islâmicas e cristãs. O acesso ao castelo pode ser feito por um percurso pedestre.
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Castelo de Castro Marim
Castro Marim é outra vila algarvia com uma fortaleza de origem medieval. Ainda conserva o castelo e o Forte de São Sebastião, edificado no século XVII. As duas estruturas permitem observar o Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, uma área protegida que é habitat de diversas espécies de aves e cobre mais de 2.000 hectares.
Estas fortificações foram elementos essenciais na defesa do território durante o período da reconquista. A escolha de Afonso III por castelos localizados no Algarve deve-se à importância estratégica desta região no controlo do sul da Península Ibérica.
A presença destes castelos no brasão de armas português simboliza, segundo várias fontes, a consolidação do território nacional naquela época. A referência a sete castelos pode não corresponder exatamente ao número total de fortalezas conquistadas, mas tem um significado simbólico que foi mantido ao longo dos séculos.
Algumas estruturas continuam de pé
Apesar das transformações naturais e humanas, algumas destas estruturas continuam de pé e podem ser visitadas. Outras, como no caso de Albufeira, deixaram apenas vestígios que fazem parte da memória local. Ainda assim, todas contribuem para a compreensão da história do país.
Estes castelos oferecem também oportunidades para o turismo cultural e histórico, complementando o tradicional turismo de sol e praia. Algumas das aldeias e vilas onde estão localizados foram alvo de projetos de valorização patrimonial e cultural nos últimos anos.
Viagem ao passado militar e social do Algarve
O percurso pelos castelos do Algarve permite compreender melhor o passado militar e social da região. Além disso, proporciona uma forma diferente de conhecer o sul de Portugal, através de uma rota marcada por antigas muralhas, vistas panorâmicas e paisagens naturais. Com a crescente valorização do património, estas construções continuam a desempenhar um papel importante, não só na identidade nacional, mas também na atração turística da região algarvia.
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