A apresentação de mais uma edição do Vodafone Rally de Portugal teve lugar na passada terça-feira, dia 11, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Câmara de Loulé. O rally sai para a estrada de 3 a 6 de Abril. Para além de Lisboa, o Algarve e Baixo Alentejo voltam a ser o palco privilegiado desta competição que constitui um dos maiores eventos desportivos do país. Este ano, o concelho de Loulé terá direito a transmissões televisivas em directo dos troços que naquele concelho decorrerem.
Passada uma década desde a sua realização no sul do país, e numa altura em que se equaciona o seu regresso ao norte já na próxima edição, os responsáveis das entidades algarvias presentes nesta cerimónia sublinharam a importância para a economia da região deste evento, apelando à sua continuação no Algarve.
“Estamos, desta forma, a dar continuidade a um protocolo que foi celebrado em 2012. Desejo que tenha continuidade pois esta prova é já uma tradição, este ano cumpre-se a 10ª edição realizada no Algarve… Os números redondos são perigosos pois podem marcar um ciclo novo e nós gostaríamos que uma prova à qual atribuímos a maior importância, porque ela é de facto importantíssima para o Algarve, pudesse continuar aqui”, afirmou Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé.
Para este autarca, “o Algarve ganha com a projecção do Rally de Portugal além-fronteiras, ganha a economia da região”. Numa altura de crise, em que o Algarve se destaca por ter uma das mais elevadas taxas de desemprego do país, Vítor Aleixo disse ser necessário “tirar as ilações desta situação e valorizar ainda mais a realização desta prova nesta região”.
O edil referiu ainda a candidatura de Loulé a Cidade Europeia do Desporto em 2015 e a importância da manutenção do Rally no Sul como factor determinante para dar consistência e êxito a esse desígnio. Como tal, deixou um apelo às entidades responsáveis – ACP, AMAL, RTA, Universidade do Algarve, Turismo de Portugal e FIA – para que a próxima edição possa voltar a realizar-se na região.
Presidente da RTA fala da importância do evento para o Algarve
Já Desidério Silva, presidente da RTA, falou da “capacidade da região para se organizar para que o Rally continue no Algarve”.
“Estes dez anos de Rally foram excelentes para a organização e para a região. Obviamente que temos que fazer tudo, junto da organização da prova, para demonstrar a nossa capacidade, a nossa realidade e a diferença entre se realizar aqui ou se deslocar para outra região”, disse este responsável do Turismo. “Sendo o Rally um evento de referência, nacional e internacional, contribuindo para um aumento do número de visitantes numa altura do ano em que o Algarve tem de ser reforçado, publicitado e valorizado”, acrescentou.
Tendo em conta os prós e contras de cada uma das regiões, Desidério Silva foi claro ao referir uma das mais-valias da prova no sul: a segurança. “Se o norte tem mais adeptos e mais paixão, nós temos aqui uma questão que foi fundamental para que o Rally continuasse no Algarve e no Campeonato do Mundo – a segurança que é um factor fundamental”, salientou o presidente da RTA.
Pedro Almeida, director da prova, fez uma breve resenha histórica do Rally de Portugal, desde a sua edição inaugural, até ao momento em que, em 2004, a recém-eleita direcção do ACP decidiu dar um novo impulso à prova, com vista ao regresso ao seio do Campeonato do Mundo de Rallys, o que viria a acontecer em 2007. “A partir daí, a prova foi consolidando a sua posição no WRC e, nesse sentido, constitui uma referência”, considerou este responsável.
Refira-se que o Vodafone Rally de Portugal é, desde 2007, o acontecimento desportivo com maior retorno económico para o nosso país desde o Euro 2004. Segundo o estudo que vem sendo elaborado pela Universidade do Algarve, o impacto positivo directo na economia da região onde a prova se disputa, em particular no Algarve e Baixo Alentejo, foi em 2013 superior a 54 milhões de euros, um número muito significativo por se tratar de uma época baixa do turismo nesta região. Mais de 51% desta receita correspondeu a exportação de serviços, uma vez que os gastos foram realizados por pessoas ou entidades residentes no estrangeiro.
Também importante é o registo do retorno em termos de notoriedade internacional do nosso país, sobretudo pela exposição nas várias cadeias internacionais de televisão, permitindo elevar no seu conjunto para perto de 102 milhões de euros o impacto económico da prova.
Do Estoril à serra algarvia
Celebrando os 40 anos, o Vodafone Rally de Portugal terá a sua partida este ano num local emblemático e muito ligado à história da prova: os Jardins do Casino Estoril, pelas 15 horas, no dia 3 de Abril. Os concorrentes irão percorrer a Estrada a Marginal, até à Praça do Império onde, às 18 horas, terá lugar uma Super Especial de abertura do Rally.
Após este “aperitivo”, a prova prossegue num formato daquilo que tem sido as últimas edições pontuáveis para o WRC: três dias de competição muito intensa nas estradas do Baixo Alentejo e Algarve, com muitas emoções até aos últimos minutos. A etapa de sexta-feira, 4 de Abril, inclui uma dupla passagem pelas classificativas de Silves (21,50km), Ourique (25,40km) e Almodôvar, esta última numa versão mais curta do que em 2013, mas mesmo assim com 26,5km.
No sábado, realiza-se mais uma etapa, novamente com uma dupla passagem por três troços: Santa Clara (19,09km), Santana da Serra (31,90km), o mais longo da prova, que desta vez vai ser percorrida em sentido contrário ao dos anos anteriores, e Malhão (22,15km).
A última classificativa do Rally – Power Stage – tem início às 11 horas de domingo, com uma dupla passagem numa versão mais curta no troço de Loulé, com 13,8km. Entre estas duas passagens, haverá uma incursão por S. Brás de Alportel.
A prova conta com ampla abertura por parte da RTP, com transmissão em directo de duas passagens no troço do Malhão, no sábado, e duas passagens em directo no troço de Loulé, no domingo, para além do directo na Super Especial em Lisboa na quinta-feira.