De acordo com a Organização Mundial de Saúde e a International Lifesaving Federation, o afogamento enquadra-se nas questões de saúde pública. Considerado a terceira causa de morte por lesão não intencional, a seguir aos acidentes rodoviários e às quedas. É um assunto com o qual, cada vez mais, nos devemos preocupar, especialmente tendo em conta que Portugal é um país com uma vasta orla costeira.
Em 2002, no World Congress on Drowning, definiu-se como afogamento “o processo que resulta em insuficiência respiratória primária por imersão ou submersão em meio líquido”.
De acordo com os dados recolhidos pela Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores “Existe uma média de 1 morte a cada 1,5 minutos, e uma média anual de 372.000 mortes no mundo, sendo que estes números são muito inferiores à realidade, devido à sua má contabilização”. Por isso, é fundamental alertar para algumas regras básicas de segurança em espaços aquáticos.
Seguem alguns conselhos que pretendem criar ferramentas que possibilitem o aumento da capacidade preventiva do leitor e do procedimento de ação em situação de emergência enquanto cidadão ativo e promotor da mudança.
Uma publicação realizada, em Portugal, em 2011, pela Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), que cruza dados sobre afogamento provenientes de diversas fontes, concluí que a maioria dos afogamentos ocorre em crianças do género masculino, sobretudo em piscinas e em tanques, enquanto o afogamento de adolescentes ocorre mais frequentemente em meios aquáticos naturais, nomeadamente, rios e lagos. Afogamentos registados na região norte e centro do país ocorrem em fossas, tanques e poços, enquanto na região sul, a maioria dos afogamentos ocorre em piscinas. As praias são os locais onde ocorrem menos afogamentos. A maioria dos casos mortais ocorre entre maio e setembro.
Principais conselhos aos banhistas…
Aconselha-se os banhistas que, à chegada a praias vigiadas, consultem o nadador-salvador em funções acerca do estado do mar e dos locais mais adequados para nadar, uma vez que será ele quem melhor conhece os perigos eminentes e as características da praia, como as correntes, os fundos e as marés. Para além disto:
Cumprimente o nadador-salvador. Cumpra as suas indicações bem como as das autoridades marítimas. Respeite os sinais das bandeiras e toda a sinalização exposta na praia. Tome banho nas áreas indicadas como zonas de banho. Se não souber nadar, não avance para uma profundidade maior que a altura da sua cintura. Se não for bom nadador, fique junto às margens. Evite virar as costas ao mar. Não hesite em pedir socorro quando estiver em dificuldades. Se tiver frio saia da água. Vigie as suas crianças, idosos permanentemente e tenha-os ao alcance dos seus braços. Após demorada exposição ao sol, entre na água lentamente. Procure sempre tomar banho acompanhado, perto do nadador-salvador, e nunca nade sozinho. Nade sempre paralelamente à praia. Em dias de vento não vá atrás de bolas ou bóias que entrem na água e enterre bem o seu guarda-sol na areia. Respeite o intervalo de 3 horas, após uma refeição normal, antes de tomar banho. Nunca mergulhe de cabeça em locais desconhecidos. Nunca entre na água sobre o efeito do álcool ou drogas. Evite o contacto direto com as espécies marinhas e, por fim, nunca se esqueça que o nadador-salvador está lá para o auxiliar quando necessitar. Se respeitar estas simples regras todos certamente iremos ter um verão bem descansado.
O que mais aconselho é um “Verão com Melão” com muita ponderação!
Artigo publicado no âmbito da parceria entre o POSTAL e Filipe Lara Ramos ‘Verão com Melão’
Esta rubrica destina-se a sensibilizar a população e fomentar a segurança nas praias durante a época balnear de 2017.
(NOTA: Os conselhos e indicações expressos neste artigo não dispensam o cumprimento pelos leitores das regras gerais de segurança nas praias e as indicações das autoridades competentes em cada zona balnear).