A possibilidade de provar vinhos de 35 produtores nacionais, dos quais 10 do Algarve, é o objetivo do Enóphilo Wine Fest, que se realiza pela primeira vez na região, a 02 de março, disse esta quinta-feira à Lusa a organização.
O evento, que conta com o apoio da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), realiza-se em Vilamoura (Loulé), é dirigido “a pessoas que gostam de vinho, quer sejam consumidores ou profissionais”, possibilitando-lhes a prova de 250 vinhos, destacou à agência Lusa Luís Gradíssimo, da organização.
O Enóphilo Wine Fest conta com 20 edições já realizadas, em cidades como Lisboa, Porto ou Braga, e sempre procurou ter “produtores de todas as regiões do país” para permitir que “Portugal esteja representado ao máximo” quanto às diversas zonas vitivinícolas nacionais, assinalou.
No Enóphilo Wine Fest, os produtores são “sobretudo de pequena e média dimensão”, estão “mais fora do circuito comercial” e apresentam no evento vinhos que primam pela qualidade e podem ser degustados mediante o pagamento de uma entrada de 15 euros, em compra antecipada, e de 20 euros, adquirida no próprio dia, esclareceu.
“Temos aqui uma participação especial, com uma colaboração feita com a CVA, em que vamos ter 10 produtores da região a expor num evento onde vão estar seguramente mais de 250 vinhos em prova”, salientou Luís Gradíssimo.
Aquele responsável considerou que o Algarve está agora num momento “ideal” para acolher um evento como este, porque a região tem cada vez mais e melhores produtores, constituindo “um mercado bastante aliciante”, que tem “não só consumidores nacionais, como muitos internacionais”.
Ao “crescimento da notoriedade da própria região enquanto produtora” de vinho, junta-se também “uma maior maturidade” no consumo, com uma hotelaria e uma restauração que estão “a apostar cada vez mais em vinhos de qualidade”, justificou.
“E, portanto, faz todo o sentido levar neste momento para o Algarve um evento que reúne produtores diferenciados e de qualidade para mostrar os seus vinhos, o seu portfólio, a sua oferta, não só para o consumidor, mas também para profissionais da hotelaria e da restauração que estão na região e que também procuram produtos diferenciados”, argumentou.
A presidente da CVA, Sara Silva, também falou com a Lusa sobre a primeira edição do evento no Algarve e destacou a importância de os produtores locais participarem numa iniciativa que já está bem sedimentada no panorama nacional e vai dar a conhecer vinhos e produtores da região a um público “mais generalista”, mas “também profissional”.
O Algarve vai ter uma participação “bastante significativa”, com 10 “pequenos e médios produtores”, que promovem a “qualidade dos seus produtos” e fazem vinhos de “excelente qualidade”, levando ao evento “uma mostra significativa do que são os vinhos da região”, referiu Sara Silva.
A presidente da CVA disse que o setor está a crescer, conta com 56 produtores, dos quais 40% são estrangeiros, que fazem vinhos certificados e alcançaram, em 2023, um volume total de cerca de 1,6 milhões de litros.
“É um número bastante interessante e que ilustra o dinamismo, a evolução, desta região”, considerou, sublinhando que a produção é entre 70 a 80% escoada no mercado nacional, através do comércio, hotelaria e restauração, onde se tem feito um “caminho evolutivo” para estarem disponíveis cada vez mais vinhos regionais.
Questionada sobre o impacto da seca e as restrições ao consumo de água impostas à agricultura algarvia, Sara Silva garantiu que a CVA prossegue o esforço para aumentar a eficiência na rega e no uso da água, apesar de a vinha não ser uma cultura de regadio e precisar de menos aportes do que aquelas.
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