O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, denunciou este domingo um “massacre deliberado” na cidade de Bucha, recapturada recentemente pelos ucranianos ao exército russo, onde muitos cadáveres foram descobertos.
“O massacre de Bucha foi deliberado. Os russos querem eliminar o maior número possível de ucranianos. Devemos prendê-los e expulsá-los. Exijo novas sanções devastadoras do G7 AGORA”, publicou o ministro na rede social Twitter.
“Região de Kiev. Inferno no século 21. Os corpos de homens e mulheres que foram mortos com as mãos amarradas. Os piores crimes do nazismo estão de volta à Europa. Isso foi feito deliberadamente pela Rússia”, publicou o assessor da Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, no Twitter.
O presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, também reagiu e classificou de “genocídio” as alegadas execuções sumárias de várias centenas de civis no subúrbio de Bucha e noutras áreas a norte da capital ucraniana.
“Só pode ser descrito como genocídio”, disse ao tabloide alemão “Bild”, acrescentando que estes eram “crimes de guerra cruéis”, pelos quais o Presidente russo, Vladimir Putin, seria responsabilizado.
BUCHA, UMA CIDADE EM ESCOMBROS, COM CORPOS ESPALHADOS PELAS RUAS E VALAS COMUNS A CÉU ABERTO
Depois da retirada dos russos, Bucha é uma cidade em escombros, com corpos espalhados pelas ruas, e valas comuns a céu aberto.
Ainda não se sabe ao certo quantos civis terão morrido, mas as autoridades ucranianas falam em mais de 300.
O presidente da câmara de Bucha, Anatoli Fedoruk, disse no sábado que, quando as forças ucranianas chegaram, as ruas estavam cheias de cadáveres e famílias inteiras tinham sido mortas, “crianças, mulheres, avós, homens”. E acrescentou que os corpos de 280 pessoas tinham sido enterrados numa vala comum.
A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirmou este domingo ter indicações de que o exército russo estava a cometer possíveis crimes de guerra em áreas sob o seu controlo, incluindo execuções sumárias de civis.
Alertamos para a violência das imagens:
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL