Desde 2017, há três casos conhecidos de troca de corpos na morgue de Faro, mas esses enganos não ficam por aqui. Um ex-funcionário falou à SIC sobre duas situações que testemunhou em 2013. Garante ter alertado as chefias para várias falhas no serviço.
António Caliço trabalhou na morgue de Faro entre 2012 e 2014. Teve uma ameaça de processo disciplinar e o contrato não foi renovado. Situações que o próprio assume, mas que não se misturam com o que quer contar.
Deu agora o passo em frente, porque também no seu tempo se registaram dois casos de troca de cadáveres. Um detetado a tempo quando ia ser levado para vestir. O outro já no velório errado.
Os dois casos aconteceram com o mesmo colega. Tanto esses casos, como outras falhas que António diz ter identificado na morgue foram sempre por si reportadas.
Conta ainda que havia agentes funerários a assinarem reconhecimentos de corpos pelas famílias, que havia ligeireza na entrega dos cadáveres, sem que os procedimentos de segurança implementados na altura fossem sempre cumpridos.
Já depois de António Caliço ter deixado de trabalhar na morgue de Faro, ocorreram pelo menos três trocas de corpos. Uma em 2017, não em Faro, mas em Portimão, na unidade gerida pelo mesmo centro hospitalar, com o erro detetado já depois do funeral.
Outra em 2019, com a família confrontada no velório com o cadáver de uma estranha.
E a da semana passada, que envolveu a cremação indevida de um homem de nacionalidade francesa.
O antigo funcionário sublinha que o problema atravessa diferentes administrações e protocolos de segurança.
O Expresso fala ainda em dois outros casos de falhas nas morgues do Algarve: em maio de 2020, houve um enterro da mulher errada, em Olhão, e em 2009, em Faro, outro velório interrompido devido a um corpo trocado.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL