Ana Paula Martins, presidente da autarquia de Tavira, disse à agência Lusa que a decisão sobre a abertura da ZAP será tomada na segunda-feira, quando as autoridades de saúde visitarem dois locais para verificação das condições de habitabilidade necessárias para garantir o isolamento profilático, depois de terem sido registados sete casos na sexta-feira e 12 no sábado.
A autarca precisou que os casos que podem ser alojados na ZAP do parque de feiras e exposições de Tavira são os sete primeiros, porque “os 12 de ontem [sábado] vivem na exploração agrícola e vão fazer o isolamento dentro da própria exploração”, onde já foi “verificado que reúne as condições” necessárias para o efeito, assegurou.
“Nós ainda não sabemos se vai ser acionada [a ZAP]. Tivemos uma reunião ontem, porque tivemos 12 casos numa exploração agrícola. Já tínhamos tido sete no dia anterior, nos quais também havia relações [próximas entre os afetados]”, afirmou a presidente da Câmara de Tavira, que registou no domingo 34 casos ativos de covid-19, segundo o boletim epidemiológico diário divulgado pela autarquia.
Ana Paula Martins (PS) adiantou que a Proteção Civil local se reuniu no sábado para avaliar a situação, porque “existem algumas dúvidas relativamente a duas habitações sobre as condições para fazer o isolamento profilático”, tendo ficado acordado que, na segunda-feira, haverá uma nova visita para avaliar se reúnem ou não as condições para proceder ao isolamento no local.
“Até lá [segunda-feira] ainda não está nada decidido, porque a saúde pública ficou de vir avaliar, nós temos o delegado de saúde de férias e tem de vir uma delegada substituta”, justificou a autarca, admitindo que, no sábado, a equipa que visitou o local “mostrou algumas reservas no que se refere às condições para o isolamento” em duas habitações.
A autarca frisou que os 12 casos detetados no sábado têm condições para fazer o isolamento dentro da exploração agrícola onde trabalham, estando a necessidade de acolhimento na ZAP a ser equacionada para “os sete do dia anterior, que vivem noutras residências”.
“Vivem em três residências, uma tem condições, já foi verificado e a casa é grande. Depois temos outras duas e são essas que vão ser avaliadas, precisamente para perceber se há condições para o isolamento”, esclareceu.
Sobre a possibilidade de estes casos atrasarem o processo de desconfinamento em curso no país e no concelho, Ana Paula Martins disse que o município deverá “ficar em ‘stand by’, pelo menos na próxima semana”.
“Também não estou a contar que a gente passe os 240 casos, vamos ver. Amanhã também vão fazer a testagem de toda a gente que trabalha na exploração agrícola, trabalhadores e pessoal administrativo”, disse ainda a presidente da Câmara algarvia, estimando o número de pessoas a testar “em cerca de duas centenas, salvo erro”.
A autarquia revelou, num comunicado, que a Subcomissão Municipal de Proteção Civil está a fazer o “acompanhamento constante” e a “monitorizar os focos no seio da comunidade de trabalhadores rurais” para “geri-los, com a colaboração e a congregação de esforços de todas as entidades representadas”.