Em Portugal há 2676 jovens com menos de 18 anos que já tomaram uma dose da vacina contra a covid-19 e 1069 que receberam as duas. Segundo a Direção-Geral da Saúde, trata-se de adolescentes entre os 16 e os 17 anos que têm patologias de risco acrescido, ou então estão institucionalizados e por estarem numa situação de maior risco de infeção podem ser inoculados.
Atualmente não é permitida a vacinação de pessoas com menos de 16 anos em Portugal. No caso dos adolescentes elegíveis, a DGS esclarece no último relatório de vacinação que “a classe de pessoas com idade inferior a 18 anos contempla jovens entre os 16 e os 17 anos que têm indicação de vacinação segundo a norma 2/2021 da DGS e a quem foi administrada a vacina COMIRNATY (Pfizer/BioNTech)”.
A norma em causa define quem é elegível para vacinação – adolescentes ou não – porque, como esclarece ao Expresso fonte da DGS, “todas as doenças de risco que estão elencadas são consideradas prioritárias para a vacinação – independentemente da idade, [e partindo do princípio que tem mais de 16 anos], a pessoa é vacinada”.
Não é possível fazer um retrato fidedigno das patologias que os adolescentes apresentam para serem vacinados – a Direção-Geral da Saúde não tem esses dados concretos e por isso não se sabe a ligação entre os grupos etários e as doenças predominantes. No entanto é conhecida a lista de patologias elegíveis para vacinação em qualquer faixa acima dos 16 anos.
Na primeira fase da campanha de vacinação contra a covid-19, que começou em dezembro, só podiam ser vacinados os adolescentes com trissomia 21 no caso dos jovens a partir dos 16 anos. Depois, a partir da fase dois (desde abril) passaram a estar incluídas as pessoas entre os 16 e os 79 anos com as chamadas patologias de risco acrescido, que são chamadas por faixas etárias decrescentes, ou seja, dos mais velhos para os mais novos.
Que doenças são estas? Insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal crónica e doença pulmonar crónica são as que constam na fase um. A lista da segunda fase é bem mais extensa: transplantação, diabetes, obesidade, algumas doenças neurológicas ou mentais, doença hepática crónica, neoplasia maligna ativa sob quimioterapia ou radioterapia, e ainda situações ou tratamentos que diminuam as defesas imunitárias do organismo (imunossupressão). A lista completa está na norma 2/2021. Todas estas patologias são consideradas de risco acrescido para doença grave, internamento ou morte por covid-19.
Já os jovens institucionalizados não têm de apresentar qualquer patologia. Como explica fonte da DGS, houve uma altura em que ainda não havia referência a doenças e a grupos de risco e já estavam a ser vacinados os jovens “em ambientes de clausura” que, tal como os idosos, “estão mais em risco de contraírem a infeção por estarem em contacto com outros grupos”.
Estes jovens são então utentes de estabelecimentos de apoio social de caráter residencial/ estruturas residenciais. “Encontram-se numa situação de risco acrescido de maior disseminação da infeção por SARS-CoV-2 [novo coronavírus] e foram considerados um grupo prioritário para vacinação contra a covid-19”, como se lê numa orientação emitida pela autoridade de saúde nacional.
QUE VACINAS SÃO DADAS AOS ADOLESCENTES?
As quatro vacinas atualmente em utilização em Portugal, após aprovação na UE e recomendação da Agência Europeia de Medicamentos, são as da AstraZeneca, Moderna e Janssen para “população com idade igual ou superior a 18 anos” e Pfizer em pessoas com “idade igual ou superior a 16 anos”, diz a DGS.
Isto significa que os adolescentes com 16 e 17 anos recebem apenas a vacina da Pfizer, já que os restantes fármacos aprovados só podem ser aplicados a partir dos 18 anos.
Entende-se ainda que as pessoas com 16 ou mais anos que “se apresentem para ser vacinadas e são devidamente informadas dão o seu consentimento“, adianta a Direção-Geral da Saúde. Todos os elegíveis para serem inoculados são incluídos “através da Prescrição Eletrónica Médica, devendo contactar o seu médico assistente”.
Apesar de a vacina ainda só estar disponível para os maiores de 16, no mês passado a da Pfizer foi aprovada em adolescentes dos 12 aos 15 anos pela Agência Europeia de Medicamentos. Nos Estados Unidos este imunizante também já recebeu luz verde para ser administrado aos mais novos.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso