A prática de aproveitar as sobras de uma refeição é comum, seja para evitar o desperdício alimentar ou para simplificar a rotina culinária, preparando refeições em grande quantidade. Contudo, por quantos dias é seguro conservar essas sobras de comida? E quais os cuidados essenciais a ter?
Segundo a especialista em segurança alimentar, Isabel Ratão, do Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve, em declarações ao Viral, a durabilidade das sobras depende do tipo de refeição, das condições de produção e da forma como são conservadas. Em geral, é crucial refrigerar as sobras o mais rápido possível, uma vez que a temperatura ambiente favorece o desenvolvimento de microrganismos.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) destaca a importância de minimizar o tempo entre a refrigeração, confeção, consumo e refrigeração novamente. Microrganismos podem proliferar se os alimentos cozinhados forem deixados à temperatura ambiente por mais de 2 horas, alerta o INSA.
Alimentos como sopas, caldos, arroz, molhos, feijoadas, carnes assadas e alimentos em biberões requerem atenção especial. Por exemplo, o arroz pode conter esporos de microrganismos que não são destruídos durante a confeção ou reaquecimento, conforme indica o INSA.
Refrigeração Adequada: Frigorífico vs. Congelador
Se optar pela refrigeração, Isabel Ratão sugere manter as sobras à temperatura máxima de 4 ºC, preferencialmente em recipientes de vidro e sempre tapadas. Contudo, o INSA adverte que refeições confecionadas devem ser conservadas no frigorífico por até 3 dias, em média.
Se a intenção for prolongar a conservação, o congelador é a alternativa. Isabel Ratão destaca que não há um período máximo definido cientificamente, mas a qualidade pode ser afetada pela rancificação, especialmente em alimentos com gordura.
A congelação deve ser feita a uma temperatura igual ou inferior a -18º C, segundo o INSA. Na fase de descongelação, é aconselhável realizá-la no frigorífico ou micro-ondas para minimizar o risco de multiplicação de microrganismos e formação de toxinas.
Reaquecimento Adequado é Fundamental
É crucial reaquecer as sobras adequadamente para garantir a segurança alimentar. Isabel Ratão destaca que o aquecimento eficaz deve atingir os 65-70 ºC para destruir microrganismos. A INSA aconselha verificar se os alimentos estão muito quentes e produzem vapor durante todo o aquecimento.
O INSA também desaconselha conservar e reaquecer sobras mais do que uma vez, pois há risco aumentado após múltiplos processos de aquecimento e arrefecimento.
Perigos da Consumação de Comida Contaminada
Consumir sobras contaminadas com microrganismos patogénicos ou suas toxinas pode resultar em diversos sintomas, desde má disposição e diarreia até febre e, em casos extremos, morte. A gravidade depende da contaminação e da saúde do consumidor, sendo grupos mais sensíveis como crianças, idosos e doentes mais propensos.
Adotar práticas seguras na manipulação, refrigeração, congelação e reaquecimento de sobras é essencial para evitar riscos à saúde e garantir uma alimentação segura e saborosa.
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