O Presidente russo, Vladimir Putin, negou esta quarta-feira que Moscovo esteja a usar a energia como uma “arma” contra a Europa, dias após o fornecimento de gás russo através do gasoduto Nord Stream ter sido interrompido.
“[Os ocidentais] dizem que a Rússia usa a energia como arma. Outra tolice! Que arma utilizamos nós? Nós fornecemos o quanto for necessário, de acordo com os pedidos feitos” pelos países importadores, disse Putin durante o VII Fórum Económico do Leste, em Vladivostok, no extremo oriente da Rússia.
“Deem-nos uma turbina e amanhã relançaremos o Nord Stream”, referiu o Presidente russo.
A gigante russa Gazprom indicou na sexta-feira que o gasoduto Nord Stream – que liga a Rússia à Alemanha e que deveria retomar o serviço no sábado após uma breve interrupção para operações de manutenção – seria parado totalmente até o reparo de uma turbina, sem especificar uma data para voltar ao seu funcionamento.
Este anúncio reforçou os temores dos países europeus de um corte total do gás russo para o continente, com a aproximação do inverno e num contexto de inflação galopante dos preços da energia.
A União Europeia (UE) acusou Moscovo de utilizar o abastecimento de gás como meio de pressão no contexto do conflito na Ucrânia.
Moscovo, por sua vez, alega que as sanções contra si devido à sua invasão na Ucrânia causaram uma escassez de peças de reposição, que ameaçam a integridade do gasoduto Nord Stream.
“Estamos prontos para [retomar as exportações através do gasoduto Nord Stream] amanhã. Basta apertar um botão”, lançou Putin aos europeus, lembrando ainda que não foi a Rússia que “impôs sanções”. Mas “caímos num impasse por causa das sanções ocidentais” em retaliação à ofensiva russa na Ucrânia, lamentou.
O Presidente russo classificou também os planos da União Europeia (UE) para limitar o preço do gás russo como “uma tolice” e uma iniciativa “sem futuro”, argumentando que isso irá somente causar um aumento nos custos.
“É uma tolice. Tentativas de limitar o preço do gás na Europa vão causar unicamente um aumento nos preços”, afirmou Putin.“Se os países europeus quiserem abrir mão das suas vantagens competitivas, cabe-lhes decidir”, indicou.