O projeto foi anunciado na passada quarta-feira, em Olhão, durante a iniciativa “Governo Mais Próximo”, mas, na altura, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, indicou tratar-se de um metro de superfície para ligar as três cidades, quando a proposta é para um metrobus, ou seja, um autocarro elétrico com corredor próprio.
O projeto de metrobus que pretende criar uma ligação em 15 minutos entre Faro, Loulé e Olhão, no Algarve, pode ser a “antecâmara” para um futuro metro de superfície, disse hoje um responsável local.
“O nosso objetivo é fazer destas três cidades uma ‘cidade 15 minutos’. Garantir que haja um acesso que permita fazer o transporte por 15 minutos entre Faro – Olhão, Faro – Loulé e Faro – aeroporto e universidade”, afirmou o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário.
Segundo clarificou hoje o presidente da CCDR do Algarve, o metrobus, ou BRT (Bus Rapid Transit), é um veículo elétrico em corredor próprio, com 24 paragens, ao longo de 38 quilómetros, servindo cerca de 185 mil residentes nos três concelhos, ou seja, 40% da população algarvia.
Questionado pelos jornalistas, em conferência de imprensa, sobre a viabilidade de um futuro metro de superfície, projeto há muito falado para a região, José Apolinário disse que o metrobus poderá ser a “antecâmara” para, no futuro, poder avançar-se para um modelo em carris, a partir daquele corredor.
“Ao garantir esse corredor, vamos criar condições para um pré metro em carris numa segunda fase. Agora, nós não podemos avançar para um projeto que custaria, no mínimo, 300 milhões de euros […], quando mobilizamos 70 milhões de euros. Portanto, temos de fazer isto ‘step by step’, passo a passo, barreira a barreira”, sublinhou.
Sem afastar o cenário de um futuro metro de superfície na região, o presidente da CCRD do Algarve – entidade que desenvolveu o estudo sobre o metrobus no eixo Loulé, Faro e Olhão -, insistiu que é preciso dar “um passo de cada vez” e que a verba atualmente alocada para o projeto, em termos de fundos europeus, é de 70 milhões de euros.
De acordo com o responsável, a escolha do traçado mais adequado, os estudos de procura e a viabilidade económico-financeira do projeto deverão ser conhecidos até ao primeiro trimestre de 2024, sendo que o metrobus terá de estar concluído até 2029.
A futura linha irá passar por três estações ferroviárias (Parque das Cidades, Bom João, em Faro, e Olhão) e equipamentos e serviços fundamentais na região, como o Aeroporto Internacional Gago Coutinho (com nove milhões de passageiros e cinco mil trabalhadores) e o polo de Gambelas da Universidade do Algarve (5,3 mil estudantes).
De acordo com o estudo prévio, poderão ser feitas cerca de 40 mil viagens por dia, estando em estudo eventuais extensões da linha a Albufeira e à Fuseta.