O maior presépio do país, exposto em Vila Real de Santo António, foi assaltado e danificado na madrugada natalícia de hoje.
A situação foi dada a conhecer através de um vídeo publicado no facebook por Luís Camarada Rodrigues.
No vídeo, Teresa Marques e Augusto Rosa, dois funcionários da autarquia responsáveis pelo presépio, falam sobre o sucedido.
“De manhã quando chegámos, deparámo-nos com o facto de nos terem assaltado o presépio e fizemos a participação à polícia“, começa por explicar Teresa.
A responsável afirma que “partiram muita coisa. Tivemos de restaurar o presépio hoje antes de abrir ao público”.
Por sua vez, Augusto afirma que “existem suspeitos, mas não podemos dizer quem foi”.
“Ficámos assustados porque assim que entrámos vimos um pedaço destruído e pensámos que a coisa fosse pior do outro lado, que é uma parte mais complexa do presépio, mas, felizmente, não chegaram lá”, afirma.
Teresa refere ainda que esta é uma situação muito “triste”.
“As pessoas não têm sensibilidade, não têm humor. São pessoas selvagens, completamente”, salienta a organizadora.
Os responsáveis afirmam ainda que “nunca pensámos que isto podia acontecer. É a primeira vez em 17 anos”.
Presépio atingiu a fasquia de 5.500 figuras em 2019
O presépio de Vila Real de Santo António voltou a bater mais um recorde, ao atingir a fasquia das 5.500 figuras, em 2019.
Para dar vida a este presépio, que já caminha para a 17ª edição, foram necessários “mais de 40 dias e 2.500 horas de trabalho, embora os preparativos já tenham começado há vários meses”, explica a autarquia vila-realense.
Impressionantes são também as quantidades de materiais utilizados na sua construção, que incorpora mais de 20 toneladas de areia, 4 toneladas de pó de pedra, 3000 quilos de cortiça e centenas de adereços.
Todos estes esforços permitiram que o Presépio Gigante pudesse continuar a crescer e chegar, este ano, à meta dos 230 metros quadrados, ocupando toda a área expositiva do Centro Cultural António Aleixo
No campo das novidades, a estrutura volta a apresentar algumas peças evocativas de elementos da região, nomeadamente as antigas cabanas da praia de Monte Gordo, as tradicionais noras da região do Algarve, assim como outros monumentos locais.
O destaque vai também para as mais de 80 peças animadas e motorizadas, para os quatro lagos e para a complexa base de suporte onde estão instalados os vários quilómetros de cabos que permitem dar vida a esta obra de arte e garantem, por exemplo, a circulação da água, a iluminação das casas e os efeitos cénicos.
Estas são algumas das razões do sucesso do Presépio Gigante de VRSA que, somadas à sua dimensão – e à reconstituição de muitos episódios cristãos e pagãos associados à quadra natalícia -, o distinguem de todos os outros existentes no país.
No ano passado, foram registados mais de 35 mil visitantes, mas o número deverá voltar a ser ultrapassado em 2019.
Vertente ecológica não foi esquecida
A vertente ecológica também não foi esquecida, já que a maior parte dos materiais são naturais ou foram reaproveitados, com destaque para a cortiça e musgo. Por outro lado, foram implementados, em muitas das peças, sistemas de iluminação led.
Presépio é uma referência além-fronteiras
Para Conceição Cabrita, presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, “além de o presépio ser um dos eventos âncora do concelho, já faz parte do roteiro de tradições de Natal do Algarve e do país, sendo também uma referência na vizinha Espanha”.
O Presépio Gigante de VRSA tem a assinatura de Augusto Rosa e Teresa Marques, dois funcionários autárquicos que contaram com a colaboração de Joaquim Soares e António Bartolomeu.
Pode ser visitado no Centro Cultural António Aleixo, entre 30 de novembro de 2019 e 6 de janeiro de 2020. Está diariamente aberto das 10 às 13 horas e das 14:30 às 19 horas. A entrada tem o valor de 0,50 euros.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)
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